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julho 13, 2010

Autocomiseração

O mundo não está muito interessado em saber se você se machucou. Todos os dias, centenas de flores murcham; milhares de pessoas adoecem e morrem. Esse é o curso da vida. A gente nasce e sabe que um dia vai deixar de ser. Muitos dizem que a vida é breve, no entanto, perdem um tempo enorme se queixando, e tendo pena de si mesmos. Infelizmente, ainda há quem dedique momentos consideráveis para prejudicar a vida do próximo, ignorando que subtrai tempo próprio, que poderia ser investido em benefício pessoal ao invés de em malefício alheio.
Muitas pessoas são revoltadas. Crêem que deveriam ser tratadas de modo especial pelo mundo e pelo próprio Criador. Desejam viver da caridade alheia, mesmo tendo recursos internos para reagir. Caem e ficam ali, completamente prostradas, esperando o mundo acabar em barranco para poderem morrer recostadas.
Lembro a menina branquela, gorda e desajeitada que Maria foi, com aquelas botinas destinadas à correção de pés chatos, e óculos de grau. Seus colegas de escola não falavam exatamente o que ela gostaria de ouvir quando a chamavam de “saco de leite”, “baleia” e “quatro olhos”. Faziam diariamente várias brincadeiras, provavelmente sem terem a consciência clara de que ela era o brinquedo. O mundo não teve pena de Maria.
Ana, já na puberdade, teve seus cabelos cortados desde a raiz para acabar com os piolhos. Todos os dias, na saída do colégio, puxavam o seu gorro, deixando a careca à mostra, humilhando-a na frente de todas as pessoas. O mundo também não teve pena de Ana.
João era ainda pequeno quando descobriu que estava com leucemia. O tratamento foi longo e desgastante para ele e seus pais. Gozado... O mundo não teve pena de João.
Pedro investiu todas as suas economias para comprar o carro de seus sonhos e, ao sair da concessionária, foi atingido por outro veículo que lhe cortou a preferencial. Parece que o mundo também não teve pena de Pedro.
Quantos exemplos mais terei de dar para que percebam que o mundo não tem pena da gente. Isso é ficção! Assim, pare de ficar esperando a compaixão do mundo, e levante essa cabeça, pois o tempo não diminui o ritmo para que você possa enxugar suas lágrimas.
Se caiu; levante! Se errou; conserte! Se falhou; tente novamente! O sucesso é daqueles que insistem, teimam, perseguem seus objetivos. Aqueles que se queixam e lamentam apenas o fazem porque desejam ser tratados com a distinção que o mundo não dá. Basta ver que a chuva cai sobre justos e injustos. As catástrofes dizimam bons e maus. Na vida há que se lutar para ter valor, estima e consideração. Se você quer ser notado, amado e reconhecido – trabalhe por isso! Os répteis rastejam enquanto os pássaros voam. Lembre-se disso da próxima vez em que resolver ficar com pena de si mesmo.

*Maria Regina Canhos Vicentin é psicóloga e escritora.
(Família Cristã on line)

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