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abril 04, 2012

Indiana Jhones é campeão brasileiro de matemática

Assim como o famoso personagem do cinema, o estudante Indiana Jhones dos Santos, de 19 anos, gosta de decifrar enigmas. Nas telas, o professor de arqueologia interpretado por Harrison Ford se aventura em busca de relíquias e tesouros. Na vida real, o garoto que mora no Povoado de Poxim, em Coruripe, em Alagoas, tenta reescrever a história de sua família por meio dos problemas da matemática. Indiana ganhou medalha de ouro na última edição da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep).
George Lucas, diretor da saga, teve um cão com o nome que inspirou o personagem. Fã da série de filmes criada por Lucas e por Steven Spielberg, a dona de casa Angelita Maria dos Santos Silva, de 42 anos, não titubeou na escolha ao batizar seu primogênito. “Assisti aos filmes e achei tão lindo, tão bonito que quis que meu filho tivesse esse nome", afirma. Indiana diz que gosta da homenagem, não se incomoda com a curiosidade alheia, mas preferiria ter um nome mais comum.
Indiana mora com a mãe e o padrasto José João Batista, de 64 anos, a quem Indiana Jhones considera um pai, em uma casa simples de um dos povoados de Coruripe, a cerca de 90 km de Maceió. São três cômodos e uma cortina colorida pendurada, dividindo a sala da cozinha. Na parede, imagens religiosas. Está próxima à praia de Poxim, no litoral sul alagoano, um paraíso de águas claras, com coqueiros, muito visitado pelos turistas.
Mãe e padrasto estão desempregados. Batista pesca “para a família não passar necessidade.” A única renda da casa vem do benefício do Bolsa Família. Indiana não trabalha, mas pensa em dar aulas de matemática para reforçar o orçamento. Prefere os números à pescaria. O garoto diz que não vê o pai biológico há 7 anos.
O prêmio de campeão na Obmep é inédito, mas Indiana já garantiu medalhas de bronze nas edições de 2009 e 2010. Em 2007, na estreia da competição, levou menção honrosa. Além das medalhas dos anos anteriores, ganhou uma bolsa de R$ 100 por mês do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), mas perdeu o benefício por falta de acessos ao site, o que garantia a permanência da bolsa. O jovem não tem computador em casa.
A medalha de ouro será entregue no Rio de Janeiro. Indiana, que só conhece a capital do estado onde nasceu, está ansioso com a viagem de avião e com a expectativa de fazer amigos e conhecer novos cenários.
As 19 anos, o garoto tímido e de aparência triste já poderia ter concluído a educação básica, mas, aos 16, desistiu de estudar e ficou 4 anos fora de escola. Agora cursa o primeiro ano do ensino médio em um colégio do estado. Nos anos anteriores, quando disputou a Obmep, estava no 9º ano na escola municipal General Goes Monteira, localizada no Povoado de Poxim.
Quando fala da matemática, Indiana sorri. Diz que a matéria é difícil, por isso causa tanta antipatia entre os estudantes, mas, se houver dedicação, não é impossível. “Tem de prestar atenção nos professores e estudar em casa ajuda muito. A matemática é muito importante para mim. Desde criança tenho facilidade e acho que ela pode ser um caminho para eu conquistar uma vida melhor.”

(G1)

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