Ele foi embora.
Levava na bagagem uns bons quilos de saudades.
Na alfândega, não passou.
Nem poderia.
Tinha excesso.
Excesso de saudades.
Ele explicou:
-Saudades, meu senhor, não posso deixar aqui
E tampouco eu posso levá-las aos poucos...
Saudades, meu senhor, se carrega junto, bem junto,
Pois nasce e vive no peito, dentro da alma do sujeito!
Saudades, meu senhor, traz DNA de dor de amor e só
Por isto já merece passar sem ter que satisfação dar.
Mas não passou.
Não havia passaporte,
Sexo,
Religião,
Dinheiro ou
Posição que a justificasse,
E ele teve que ficar.
E junto a ele, a mala jazia já vazia,
Com a saudade que ali mesmo morria.
(Guria da Poesia)
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