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maio 06, 2012

Reflexão do Evangelho deste domingo com o Pe.Valdenir Prandi

A Comunidade em expansão

“Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor.” A videira ou a vinha era o símbolo de Israel como povo de Deus. A afirmação de Jesus se contrapõe aos textos do Antigo Testamento, é Ele a vinha verdadeira, o verdadeiro povo de Deus, formado da videira e seus ramos. Não tem outro povo de Deus a não ser aquele formado a partir de Jesus.
Como no Antigo testamento, é Deus, o Pai de Jesus, que tem plantado esta vinha. Ele mesmo tem o cuidado por ela, demonstrando o seu amor. A vinha é coisa do Pai, porque é a comunidade que ele formou. O evangelista João utiliza os símbolos da vinha e videira para mostrar a sua unidade e a sua única origem em Jesus.
Jesus começa com uma advertência severa, “todo ramo que em mim não dá fruto ele o corta”, definindo a missão da comunidade. Ele não criou um cenáculo fechado nem um gueto, mas uma comunidade em expansão. Cada ramo que esteja vivo deve dar fruto, assim cada membro da comunidade tem um crescimento a ser efetuado e uma missão a ser cumprida. O fruto é a realidade do homem novo. A atividade, expressão do dinamismo do Espírito Santo, é a condição para que essa exista, se realize no nível de individuo e de comunidade e no nível de propagação, isto é em intensidade e extensão.
Um ramo que não produz fruto por que não responde a vida que ele se comunica, o Pai, que tem o cuidado pela vinha, o corta e joga fora, por ser um ramo bastardo, que não pertence a esta vinha (comunidade). Jesus não exclui ninguém, mas o Pai sim. Na alegoria da vinha, a sentença toma o aspecto de desfolhamento (poda). O Pai se encarrega de desfolhar (podar) a sua vinha. Mas esta sentença não é outra que a convalidação daquela que o homem mesmo doa a si, recusando se de amar e não dando adesão a Jesus (o Filho). O ramo que não dá fruto é aquele que pertence a comunidade, mas não responde ao Espírito Santo. Aquele que come o pão, mas não assimila Jesus.
“E todo ramos que dá fruto, ele o limpa, para que dê mais fruto ainda.” Quem pratica o amor deve seguir um processo ascendente, um desenvolvimento possível pelo desfolhamento (poda) cumprido pelo Pai. A sua atividade é positiva e elimina os fatores de morte; deixando que o ramo/discípulo seja sempre mais autentico, mais livre, concede maior capacidade de decisão e aumenta a eficácia. O Espírito Santo é um dinamismo que não se prende. Não existe um estado final alem daquele do amor até a morte, como nos mostra Jesus. A intenção do Pai é o aumento do fruto, na correlação que esse contém: fruto de amor no discípulo e fruto de nova humanidade.
Os discípulos são limpos, como Jesus tinha afirmado, é portanto uma pureza inicial e depois uma devido o crescimento. A primeira se realiza com o enxerto na videira separando da injustiça, o que a parte do discípulo, requer a decisão de colocar em pratica a mensagem de Jesus. A segunda se cumpre pelo Pai, tem como objetivo a fecundidade do enxerto. Assim os discípulos que acolhem a mensagem possam começar a dar frutos. O discurso que expõe a realidade da comunidade no mundo, como sociedade nova e alternativa que começa com Jesus, vale pra toda época.
O termo “limpo”, na linguagem religiosa se traduz como “puro”, coloca este passo em relação com as purificações mencionadas na sena de Caná e naquela dos discípulos de João Batista, e com o lava pés. A purificação vem produzida da oposição a favor da mensagem de Jesus, que é aquela do amor. A mensagem ao mesmo tempo, enquanto se torna realidade na vida do discípulo, se identifica com o Espírito Santo, o dinamismo do amor.
Jesus exorta os discípulos a renovar a adesão a ele, em função do fruto que devem produzir. A união com Jesus não é alguma coisa automática nem de ritual: requer a decisão do homem, e a iniciativa do discípulo responde a fidelidade de Jesus. Esta união recíproca entre Jesus e os discípulos, vistos como grupo, é a condição pela existência da comunidade, pela sua vida e pelo fruto que produz. A comunidade não terá verdadeiro amor pelo homem sem o amor por Jesus.
O ramo não tem vida própria e, portanto não pode dar fruto sozinho, tem necessidade da seiva, isto é do Espírito Santo comunicado por Jesus. Interromper a relação com Jesus significa cortar fora da fonte da vida e reduzir a esterilidade. A ausência de fruto denuncia a falta de união com Jesus.

Pe. VALDENIR PRANDI, é Pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Itaguajé e Paróquia Santa Inês, de Santa Inês - Diocese de Apucarana (PR).


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