Com o prazo para a troca de partidos terminando hoje, mais de 100 deputados e dois senadores comunicaram a mudança de legenda à Secretaria-Geral da Mesa da Câmara e do Senado. A informação é da Agência Brasil. O número de parlamentares que mudaram de partido, entretanto, pode ser ainda maior, já que o levantamento feito pela agência se refere a dados obtidos até o meio-dia de ontem, (04/10).
A prática de troca partidária foi alvo de críticas em discursos de diversos parlamentares durante a semana e reacendeu as discussões sobre a necessidade de reforma política. “O troca-troca de partidos mostra a fragilidade do sistema político brasileiro. Mostra que há um conjunto grande de partidos sem densidade programática”, disse o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF). O parlamentar afirma não ver perspectivas para se votar a reforma política nesta legislatura, mas defendeu que, a partir de 2015, com Congresso renovado, a mudança no sistema eleitoral possa finalmente ser votada. “Do jeito que está não dá para continuar.”
Na opinião do senador Paulo Paim (PT-RS) o Congresso é o responsável pela troca generalizada de partido. “A culpa e a responsabilidade desse fato lamentável são do Congresso”, disse Paim. Para o senador, apesar de ter reconhecido a fidelidade partidária, o Legislativo brasileiro não manteve uma posição firme em relação a novos partidos. Além disso, diz ele, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entendeu que as regras de perda de mandato para candidatos que mudam de legenda não se aplicam aos casos em que a migração é feita para uma nova legenda. “Essa situação delicada, com esse troca-troca, foi um erro do próprio Congresso. Se as regras fossem mais duras, as mudanças não ocorreriam em 90% dos casos”, avaliou Paim.
Pedidos
Na Câmara, até o meio-dia, o PSD foi a legenda com mais pedidos de adesão – foram 52. No Senado, entretanto, o PSD teve uma baixa – a senadora Kátia Abreu (TO) que, desde ontem, integra o PMDB. “Passo a fazer parte do maior partido de oposição no estado [o Tocantins], para compor uma frente ampliada. O objetivo é somar forças com outros importantes partidos, recuperar o Tocantins e preparar o seu futuro.”
Outra mudança no Senado foi comunicada por Vicente Alves que migrou do Partido da República (PR) para o Solidariedade. Alves ocupa, há dois dias, a liderança da nova legenda no Senado. Liderado por Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SP), o Solidariedade é um dos partidos criados recentemente.
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