Toda energia do pensamento termina por se manifestar na pena de uma caneta. Claro, podemos aqui substituir esta palavra por esferográfica, teclado de computador, lápis, mas caneta é mais romântico, não é verdade?
Voltemos ao tema: a palavra termina por condensar uma ideia.
O papel é apenas um suporte para esta ideia. Mas a caneta permanecerá sempre com você, e é preciso saber como utilizá-la.
São necessários períodos de inação – uma caneta que sempre está escrevendo, termina por perder a consciência do que faz. Portanto, deixe-a repousar sempre que possível, e preocupe-se em viver e encontrar os seus amigos.
Quando você voltar ao ofício da escrita, encontrará uma caneta contente, com sua força intacta.
A caneta não tem consciência: ela é um prolongamento da mão e do desejo do escritor. Serve para destruir reputações, fazer sonhar, transmitir notícias, desenhar lindas frases de amor.
Portanto, seja sempre claro em suas intenções.
A mão é o lugar onde todos os músculos do corpo, todas as intenções daquele que escreve todo o esforço para dividir o que sente está concentrado. Não é apenas uma parte do seu braço, mas uma extensão do seu pensamento.
Toque a sua caneta com o mesmo respeito que um violinista tem pelo seu instrumento.
Paulo Coelho
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