O governo federal autorizou ontem, (29/11), que a Petrobras reajuste os preços da gasolina em 4% e do diesel em 8%, para as refinarias. O aumento passou a valer a partir da 0h de hoje e deve ter o mesmo peso nas bombas, para o consumidor. Em reunião na tarde de ontem, o Conselho de Administração da Petrobras definiu o percentual inferior ao esperado no mercado, que era de 5% e 10%, respectivamente. Segundo fato relevante divulgado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o reajuste busca "assegurar que os indicadores de endividamento e alavancagem retornem aos limites estabelecidos no Plano de Negócios e Gestão 2013-2017 em até 24 meses, considerando o crescimento da produção de petróleo e a aplicação desta política de preços de diesel e gasolina".
No entanto, não foi informado se a nova metodologia para reajuste de preços, proposta pela Petrobras no mês passado, foi aceita pelo governo. "Por razões comerciais, os parâmetros da metodologia de precificação serão estritamente internos à companhia", informa, em nota.
O conselho é presidido pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que já se opôs a um possível gatilho automático que possibilite aumentos quando houver prejuízos à empresa. Assim, o governo espera evitar que a inflação se descontrole, já que o custo do combustível impacta no transporte de toda a cadeia produtiva brasileira.
O último reajuste da gasolina foi concedido em 30 de janeiro deste ano, com 6,6%. Na ocasião, o diesel subiu 5,4% e, em 6 de março, mais 5%. No entanto, especialistas afirmam que a defasagem entre o preço que a companhia paga para comprar combustíveis no mercado internacional e o vendido nas refinarias ainda não foi reposto.
O diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do Paraná (Sindicombustíveis-PR), Oclandio José Lisboa Sprenger, o Dinho, afirma que é possível que alguns postos segurem os preços até segunda-feira ou até o fim dos estoques, mas que o anúncio do governo os deixa livres para reajuste automático. "O que vai influenciar o mercado é a concorrência."
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