Lembro-me que muitos anos atrás, numa época de profunda negação da fé, eu estava com minha mulher e uma amiga no Baixo Leblon, Rio de Janeiro. Havíamos bebido um pouco – quando chegou um velho companheiro, que viveu conosco os loucos anos de 60 e 70, e depois entrou para um seminário. Ele começou a falar de Jesus, e nós ironizávamos tudo que dizia.
Quando saímos do restaurante, uma das pessoas que estava comigo apontou para uma criança que dormia na calçada.
“Está vendo como Jesus se preocupa com o mundo?”, disse ela.
“Claro que estou vendo”, respondeu ele. “Ele colocou aquela criança ali, e fez questão de que você visse, para que pudesse fazer alguma coisa”.
Aquela frase foi o início do meu retorno à busca espiritual.
Paulo Coelho
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