Se perguntarmos para qualquer brasileiro sobre seu prato predileto, a maioria provavelmente irá responder ''arroz e feijão''. A mistura bem tradicional no país também é a queridinha de nutricionistas.
A nutricionista funcional Silvia Regina Serra, de Londrina, explica que a dupla, apesar de parecer simples, é muito nutritiva. ''O arroz é rico em amido, sendo uma ótima fonte de energia. Além disso fornece ferro, vitaminas B e proteínas. Já o feijão é um dos vegetais mais ricos em proteína, a qual tem a sua absorção pelo organismo facilitada pelo amido contido no arroz. O feijão também é rico em ferro e outros minerais'', detalha.
Outra vantagem, segundo a especialista, é que a dupla equilibra o índice glicêmico, ou seja, enquanto o arroz sozinho pode disparar as taxas de açúcar e insulina na circulação, o feijão tem o poder de conter esse efeito, o que mantém a glicose estabilizada. Ambos também se completam em aminoácidos diferentes, como a lisina e a metionina.
''Um prato de arroz e feijão tem quase a mesma quantidade de proteínas encontradas na carne. O que as pessoas não sabem é que quando não consumimos arroz com feijão nosso organismo fica mais propenso a desenvolver uma série de doenças'', alerta Silvia.
Sem exageros
Não há uma quantidade mínima diária a ser consumida, desde que não haja exageros. Verduras, legumes e frutas devem acompanhar o arroz com feijão. Silvia recomenda também que o arroz branco seja trocado por arroz integral, que tem um teor de fibras maior, o que ajuda na redução da glicemia e da gordura abdominal.
''As fibras formam uma espécie de goma quando entram em contato com a água e, assim, tornam a digestão mais lenta, fazendo com que o açúcar proveniente dos alimentos seja assimilado aos poucos. Se não fosse dessa forma, aumentaria a produção de insulina, hormônio responsável por mandar a glicose para dentro das células. Só que, em excesso, ele infla os pneus da barriga e, ainda, abre caminho para o diabete'', explica a nutricionista.
Mesmo comendo arroz com feijão todos os dias é possível variar o prato, graças às variedades disponíveis - integral, selvagem, arbóreo e parboilizado, entre outros, todos com fibras e metionina, um aminoácido que evita a queda dos cabelos, hidrata pele e unhas e ainda é precursor da serotonina, uma espécie de antidepressivo natural, segundo Silvia.
Saúde do coração
Já o feijão preto é rico em ferro e também contribui para a saúde do coração não só através das qualidades da sua fibra, mas também nas quantidades significativas de ácido fólico e magnésio.
''O magnésio é um canal bloqueador de cálcio da natureza. Quando o magnésio é bastante próximo, veias e artérias relaxam, o que diminui a resistência e melhora o fluxo de sangue, oxigênio e nutrientes por todo o corpo'', destaca a nutricionista, que acrescenta que o feijão preto também contém compostos chamados polifenóis, úteis para as pessoas com colesterol elevado, pois atuam como antioxidantes no sangue.
Mesmo quem não gosta de feijão não precisa se preocupar. Silvia explica que é possível substituí-lo por outro grão do mesmo grupo alimentar - as leguminosas -, isto é, todos os alimentos produzidos em vagem, como grão-de-bico, ervilha, soja, lentilha, fava e tremoço.
O único alerta é evitar prepará-los com ingredientes gordurosos, como bacon e linguiça, que aumentam muito o valor energético da receita, além de fornecer gorduras saturadas e colesterol, grandes inimigas da saúde. ''Prefira prepará-los com cebola, alho, sal e outros temperos'', recomenda a especialista.
Érika Gonçalves
folhaweb.com.br
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