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abril 28, 2014

O gênio e as rosas

Era uma vez três homens – um ingrato, um conformado e um generoso – que foram visitados por um gênio da lâmpada. Espantados perguntaram:

“Gênio, que nos trazes?”
“Rosas!”, disse o gênio. E abrindo seu manto mágico, dele retirou três lindos buquês de rosas, que ofereceu aos visitados, entregando um para cada.
Antes de partir, olhou-os fixamente e, percebendo algum desapontamento por conta da simplicidade de sua oferta, justificou-se:
“Rosas … porque elas são joias de Deus: deixam a vida mais rica e bela!”
Os homens se entreolharam surpresos e, após se despedirem, cada um seguiu seu destino, dando finalidade diferente ao presente recebido.
O ingrato maldizendo sua falta de sorte por haver encontrado um gênio e dele recebido apenas flores, jogou-as num rio próximo.
O conformado, embora entristecido com a singeleza dos presentes, levou-as para casa, depositando-as num jarro.
O generoso, feliz pela oportunidade que tinha em mãos, decidiu repartir seu presente com os outros. Foi visto pela cidade distribuindo rosas, de porta em porta, com um detalhe: quanto mais rosas ofertava, mais seu buquê crescia em tamanho, beleza e perfume. Ao final, retornou para casa com uma carruagem repleta de rosas.
No dia seguinte, no mesmo local e instante, os três homens se reencontraram e, de subido, ressurgiu o gênio da lâmpada.
“Gênio que desejas?”, disse um deles.
“Que as vossas rosas se transformem em joias!”, disse o gênio. “Porque quem aceita com alegria um presente da vida, merece receber outros”.
Dessa forma, o homem generoso encontrou em casa uma carruagem repleta de joias, extraordinariamente belas, tornando-se um rico comerciante.
O homem conformado, retornando imediatamente para seu lar, encontrou pendurado sobre o jarro onde depositara as rosas, um lindo e valioso colar de pérolas. Sem mais nada dizer, resignou-se e deu de presente para sua esposa.
O homem ingrato dirigiu-se ao lugar onde jogara o buquê de rosas e viu, refletindo sobre as águas, um brilho intenso, próprio de joias valiosas, que foram imediatamente carregadas pela correnteza.

Paulo Coelho

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