Após 16 horas de velório, o corpo do escritor, dramaturgo e poeta
Ariano Suassuna foi enterrado no Cemitério Morada da Paz, em Paulista,
no Grande Recife, nesta quinta-feira (24/07). O sepultamento foi precedido
pela leitura de dois poemas, a pedido da viúva, Zélia de Andrade Lima.
Um dos netos do casal, João Suassuna, recitou "Acahuan", que Ariano
escreveu em homenagem a seu pai, e "A mulher e o reino", feito para a
esposa. Todos os parentes acompanharam a leitura muito emocionados, e
Zélia foi amparada por eles.
Durante a cerimônia, que durou aproximadamente uma hora, muitos fãs e
amigos também prestaram suas últimas homenagens ao escritor. A neta
Germana Suassuna, psicóloga, fez questão de destacar a importância da
população no momento de despedida de seu avô. "Dentro da corda [que
separava os familiares e amigos dos admiradores], está o Brasil oficial.
Mas meu avô gostava mesmo era do Brasil real, que está fora da corda",
disse, seguida de muitos aplausos.
O caixão chegou ao cemitério pouco antes das 17h, após ter desfilado em
carro aberto, em um veículo do Corpo de Bombeiros, fazendo o percurso
desde o Palácio do Campo das Princesas, local do velório. Ainda no
palácio, no centro do Recife, os netos de Ariano carregaram o caixão até
o carro, ao mesmo tempo em que os presentes aplaudiam e cantavam -- o
frevo "Madeira que cupim não rói" e o grito de guerra do Sport, time do
coração do autor. Um dos filhos de Ariano, o artista plástico Dantas
Suassuna, acompanhou o caixão do pai durante o trajeto. A cerimônia de
sepultamento contou ainda com salva de tiros, a execução instrumental da
Ave Maria e da Oração de São Francisco e uma chuva de pétalas.
Suassuna morreu na quarta (23), aos 87 anos. Ele estava internado na
Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Português, onde foi
submetido a uma cirurgia após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC)
do tipo hemorrágico, na segunda (21/07).G1
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