Um grupo de índios que vive no interior da Amazônia isolado da
civilização carregava uma carteira estampada com o escudo do Corinthians
(e adornada com fios coloridos) em seu primeiro contato com
funcionários da Fundação Nacional do Índio, no Acre.
A Funai
ainda não tem certeza sobre como eles conseguiram essa carteira, mas uma
das hipóteses levantadas é que o objeto tenha sido levado de
acampamentos de homens brancos dentro da floresta. Além da carteira,
foram encontrados outros itens como caixas de fósforos, lâmpadas,
pacotes de sal e parafusos.
A entidade calcula que haja entre 50
e 80 pessoas neste grupo de índios isolados. Nas últimas semanas,
alguns deles resolveram se aproximar de funcionários da Funai e fazer
contato. Conversaram com intérpretes, com outros índios e receberam
frutas e outros objetos. Não foi a primeira vez, porém, que eles viram
não-índios.
A Funai acredita que eles vêm sofrendo pressão de
grupos de madeireiros e narcotraficantes que atuam na fronteira entre
Brasil e Peru. Relatos de indigenistas que atuam na região amazônica dão
conta de assassinatos cometidos por brancos ou por outros índios contra
comunidades isoladas.
Acredita-se que haja cerca de 70 grupos
isolados no país, mas esse número é impreciso porque o Estado evita ter
contato com eles.
Depois do contato inicial, os índios que
usavam a carteira do Corinthians apresentaram sintomas de gripe, o que
gerou uma preocupação na Funai de que possa haver um surto da doença que
leve a uma tragédia na aldeia dos isolados.
Índios sem contato com não-índios não têm defesas naturais para doenças comuns no Ocidente.
Os objetos fotografados pela Funai, inclusive a carteira do Corinthians, foram devolvidos para os indígenas.UOL - Foto: Divulgação/Funai
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