Uma amiga que acabara de divorciar-se,
disse: “agora tenho toda a liberdade com que sempre sonhei”. É mentira!
Ninguém quer este tipo de liberdade, todos nós queremos um compromisso,
uma pessoa para estar ao nosso lado vendo as belezas que aqui existem,
discutindo sobre livros, entrevistas, filmes, ou dividindo um sanduíche,
quando o dinheiro não dá para comprar dois. Melhor comer metade de um
que comê-lo inteiro. Melhor ser interrompido pelo homem que deseja
voltar logo para casa porque existe um importante jogo de futebol na TV,
ou pela mulher que ver uma vitrine e interrompe no meio, o comentário
sobre a torre da catedral. Melhor ficar com fome do que ficar sozinho.
Porque quando você está sozinho – e eu falo da solidão que não
escolhemos, mas que somos obrigados a aceitar – é como se não fizesse
mais parte da raça humana.
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