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maio 01, 2014

MARIA: dom de Jesus ao seu povo


No mês de maio costumamos cultivar um amor devocional mais intenso a Virgem Maria, Mãe de Jesus.
 Devido a uma íntima e profunda união com seu filho Jesus, Maria ocupa uma especial e determinante posição na história da salvação. A tradição da Igreja e a piedade cristã jamais deixaram de lado essa ligação indissolúvel e a essencial referência da Virgem Maria ao divino Salvador: “ao chegar a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido duma mulher, nascido sob a Lei, a fim de resgatar os que estavam sujeitos à Lei e para que nós recebêssemos a adoção de filhos. E porque vós sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho, que clama: "Abbá! Pai!"" (Gl 4, 4-6). “Trata-se, de fato, de palavras que celebram conjuntamente o amor do Pai, a missão do Filho, o dom do Espírito Santo, a mulher da qual nasceu o Redentor e a nossa filiação divina, no mistério da "plenitude dos tempos" (S. João Paulo II).
 Maria é a mulher “cheia de graça e a bendita entre todas as mulheres” (Cf. Lc 1, 28. 42). Mas esta graça e esta bênção, derramada em Maria por obra do próprio Cristo, não é um tesouro somente para ela, mas sim, uma graça e uma bênção para toda a humanidade. Em Maria, pelo poder do Espírito Santo, somos todos abençoados por Deus em Jesus Cristo.
 Deus se tornou humano graças ao sim de Maria. No momento em que ela disse: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra" (Lc 1, 38), tornou-se possível a presença física de Deus na terra. Louvemos a Deus pela palavra generosa da Menina de Nazaré. E nós também, como Isabel, dizemos a Maria: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre” (Lc 1, 42).
 Maria de Nazaré é identificada por Isabel, esposa de Zacarias, como a mãe do Filho de Deus: "Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe de meu Senhor?" (Lc 1, 43).
 Na Sexta-Feira Santa, aos pés da cruz, Jesus agonizante olhou com muito amor para ela e lhe entregou seu discípulo amado, João, que a todos nós representava naquele derradeiro momento. E também, olhando para o discípulo, a ele Jesus lhe entregou sua querida Mãe. Daquela hora em diante, diz a Palavra, o discípulo a levou para sua casa (Cf. Jo 19, 26-27). A respeito disso o Papa Francisco nos diz em sua exortação “Evangelho da Alegria” nº 285: “Estas palavras de Jesus, no limiar da morte, não exprimem primariamente uma terna preocupação por sua Mãe; mas são, antes, uma fórmula de revelação que manifesta o mistério duma missão salvífica especial. Jesus deixava-nos a sua Mãe como nossa Mãe. E só depois de fazer isto é que Jesus pôde sentir que “tudo se consumara” (Jo 19, 28). Ao pé da cruz, na hora suprema da nova criação, Cristo conduz-nos a Maria; conduz-nos a Ela, porque não quer que caminhemos sem uma mãe; e, nesta imagem materna, o povo lê todos os mistérios do Evangelho. Não é do agrado do Senhor que falte à sua Igreja o ícone feminino. Ela, que O gerou com tanta fé, também acompanha “o resto da sua descendência, isto é, os que observam os mandamentos de Deus e guardam o testemunho de Jesus” (Ap 12, 17).
 Maria estava com os apóstolos no dia em que eles receberam o Espírito Santo, sim ela sempre está onde a Igreja se encontra, e por isso “tornou-se possível a explosão missionária que se deu no Pentecostes. Ela é a Mãe da Igreja evangelizadora e, sem Ela, não podemos compreender cabalmente o espírito da nova evangelização” (Papa Francisco).
 Como Maria, mulher contemplativa, mulher orante e trabalhadora, mulher que agüenta firme o sofrimento, sem perder a esperança, mulher que levanta e vai “às pressas às montanhas” para ajudar Isabel, estejamos também sempre de prontidão para sairmos ao encontro dos outros para ajudá-los.

Celso A. Marchiori

Bispo de Apucarana

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