Alguns criadores de aves da região de Jundiaí (SP) tem chamado a
atenção por suas criações. Eles estão colecionando galinhas. Mas não
são galinhas comumente encontradas por sítios e fazendas da região.
Entre os “exemplares” têm as gigantes, que tem pelo em vez de pena, com
topete, entre outras. Para dois criadores da região, a beleza dessas
aves faz toda a diferença. É que essas galinhas têm como função
principal enfeitar o ambiente, por isso são chamadas de "galinhas
ornamentais".
É como explica o criador Aliomar Almeida, de Jundiaí
(SP). Distribuídas em viveiros, ele comenta que tem 500 aves de 60
espécies diferentes. Entre as que chamam a atenção está a bhrama, uma
ave de origem asiática. Ela tem as penas brancas e pretas. Mas o criador
explica que existem bhramas com outras cores. Uma das principais
características é que as pernas também são cobertas pela plumagem e o
macho pode chegar a 7 quilos. Já a fêmea fica em torno de 5 quilos.
Entre a coleção está o galo de topete. Aliomar conta que esse é o galo
polonês laceada. “Laceada por conta dessa cor dele, preto e branco, esse
mesclado. O macho tem até um chifrinho”, revela.
Outra ave que ganha destaque em sua coleção é a soneratti. Não por ter a
plumagem mais bonita, mas é a mais cara do criadouro: chega a custar R$
1 mil cada. O soneratti é um excelente reprodutor e os machos costumam
ter quatro fêmeas, explica Aliomar.
Uma das galinhas que mais causa estranheza aos curiosos é a sedosa do
Japão. Essa espécie impressiona porque ao invés de penas, elas parecem
ter pêlos. De acordo com Aliomar, a sensação ao tocá-la é a mesma de
acariciar um coelho. “Aa gente usa ela muito para chocar ovos de faisão
porque ela é cuidadosa. Pode colocar ovos pequenos. Ela cria o faisão
como se fosse filhote dela”.
E além de encantar pelo visual, essas aves cacarejam o tempo todo. O
galo músico, por exemplo, canta até 18 segundos sem parar. “Tem pessoas
que vem aqui e falam: 'Que barulho'. Quem acha que as aves fazem barulho
não gosta de aves, para mim tudo é música”, ressalta o criador.
Itatiba
O pedreiro Cláudio Pedro de Araújo também tem como hobby colecionar
galinhas ornamentais. Em sua criação, em Itatiba (SP), há 200 aves de 20
espécies diferentes.
O grande destaque da sua criação é, de fato, grande. “Eu criava o
frango caipira e, querendo melhorar a genética do frango caipira,
pesquisei e conheci o índio gigante. O meu reprodutor tem mais de um
metro”, conta.
Cláudio explica que o índio gigante foi a primeira raça ornamental que ele comprou.
Depois disso, não parou mais. “Estou sempre pesquisando, trocando com
outros criadores, de espécies diferentes, sempre trazendo alguma espécie
diferente de algum estado diferente do Brasil.”
Por meio da internet, Cláudio diz que faz contatos e conhece outros
colecionadores como ele. “Mando as fotos e a pessoa acaba se
interessando pelas aves que eu tenho, eu me interesso pelas dele. A
gente faz um 'intercâmbio' de troca de ovos. A gente consegue tirar na
chocadeira e criar a ave”, explica o pedreiro.
Mas ele desabafa e conta que a criação dá bastante trabalho, até porque
faz tudo sozinho. “A minha mulher tem bastante ciúmes. Diz que eu dou
bastante tempo para as aves mesmo”, brinca.
O colecionador de Jundiaí (SP), Aliomar diz que buscou nas origens a
inspiração para começar o criadouro. “Eu sou o brasileiro caipira do
interior que veio para São Paulo. Me afastei um pouco das origens porque
fui trabalhar em escritório. Trabalhei por 30 anos em empresas e
consegui comprar um sítio aqui na região de Jundiaí, onde montei um
negócio e hoje vivo disso”, explica.
Esse trabalho “caipira” do jundiaiense é referência no Brasil. Ele
comenta que essas galinhas diferentes foram nascendo por meio do
cruzamento de raças e do melhoramento genético.
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