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maio 01, 2014

Do tédio

Nos intervalos dos combates, o guerreiro fica horas seguidas olhando o céu estrelado, ou passa o final da tarde contemplando o pôr-do-sol. O guerreiro descansa e medita, quando seu corpo e sua alma pedem; muitas vezes passa dias sem fazer nada, porque assim manda o coração.

Mas sua intuição permanece alerta. Ele não dá ouvidos à voz que lhe pede: “preguiça”.
O guerreiro sabe onde a preguiça o pode conduzir: a sensação morna das tardes de domingo, onde o tempo passa – e nada mais. Ali, não há lugar para entusiasmo ou tristeza; apenas o vazio impossível de preencher.
O guerreiro chama isto de “paz de cemitério”. E lembra-se de um trecho do Apocalipse: “te amaldiçoou porque não és frio nem quente. Oxalá fosses frio ou quente! Mas, como és morno, eu te vomitarei de minha boca”.
Um guerreiro ri. Um guerreiro sofre. Um guerreiro jamais é indiferente.

Paulo Coelho

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