Três em cada mil pessoas do mundo já sofreram ou sofrem com algum tipo de trabalho forçado, isto é, estão presas em empregos que lhes foram impostos por meio de coação ou de engano e dos quais não podem sair, diz um estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
De acordo com o relatório “Estimativa Global de Trabalho Forçado”, divulgado nesta sexta-feira (01/06), são 20,9 milhões os trabalhadores nesta condição.
Deste total, 90% (18,7 milhões) são explorados na economia privada, por indivíduos ou empresas. Segundo o estudo, eles são vítimas de exploração sexual forçada ou de exploração do trabalho em atividades como agricultura, construção civil, trabalho doméstico ou industrial.
Os restantes 10% (2,2 milhões) sofrem com o trabalho forçado pelo Estado, em prisões, exércitos nacionais ou forças armadas rebeldes, diz a OIT.
As mulheres com idade igual ou maior de 18 anos são as maiores vítimas deste tipo de exploração, segundo o estudo. Mulheres e meninas representam 55% (11,4 milhões) deste tipo de trabalhador explorado, enquanto os homens, sejam adultos ou crianças, são 9,5 milhões. Os menores de 18 anos representam 26%, ou 5,5 milhões.
A região da Ásia e Pacífico concentra o maior número de trabalhadores forçados no mundo: 11,7 milhões, ou 56% do total geral. O segundo maior número é registrado na África, com 3,7 milhões (18%), seguido pela América Latina, com 1,8 milhão de vítimas (9%).
O estudo também aponta a relação entre o trabalho forçado com a migração, seja dentro do país ou para o exterior. Há 9,1 milhoes de vítimas (44% do total) que se deslocaram. Segundo a OIT, “os deslocamentos entre fronteiras estão estreitamente vinculados com a exploração sexual”.
O estudo é resultado de um levantamento dos casos denunciados de trabalho forçado de todos os países do mundo num período de 10 anos, entre 2002 e 2011. A margem de erro para a estimativa global de 20,9 milhões é de 7% (1,4 milhão).
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