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junho 22, 2012

Senado aprova impeachment de Fernando Lugo no Paraguai

O Senado do Paraguai condenou nesta sexta-feira (22/06) o presidente do país, Fernando Lugo, no processo político aberto contra ele na véspera. O placar pela condenação e pelo impeachment do socialista foi de 39 senadores contra 4, com 2 abstenções.
A Constituição prevê que ele seja afastado imediatamente e que o vice-presidente, Federico Franco, cujo partido recém-rompeu com o governo, assuma o cargo e o cumpra até o fim do mandato.
Lugo, acusado de "mau desempenho de suas funções" pelo parlamento dominado pela oposição, decidiu não comparecer ao julgamento e apenas enviou sua equipe de cinco advogados para apresentar sua defesa.
Eles pediram, em vão, a retirada das condenações e argumentaram que não houve tempo suficiente para a defesa.
Chegou-se a anunciar que Lugo marcharia rumo ao Congresso junto com seus ministros, mas isso não se confirmou e ele acompanhou tudo do palácio presidencial, a 200 metros dali.
Ele ficou no palácio, onde recebeu a visita da comissão de chanceleres da Unasul (União de Nações Sul-Americanas), que condenou a atitude do Congresso.
A presidente Dilma Rousseff, no Rio, tambem apelou, em vão, por uma solução negociada para a crise.
O ministro de Finanças de Lugo, Dionisio Borda, disse que não ir ao Congresso foi uma "decisão pessoal" de Lugo, que considera o processo contra si "inconstitucional".
Ricardo Canese, secretario-geral da Frente Guasu, alianca de partidos que elegeu o presidente, disse que o grupo iria convocar manifestações pacíficas em todo o país e uma paralisação geral.
Recurso à Suprema Corte
Mais cedo, Lugo apresentou uma ação de inconstitucionalidade à Suprema Corte de Justiça do país contra o julgamento político iniciado na véspera pelo Congresso, anunciou o secretário-geral da presidência, Miguel López.
"O presidente reclama mais tempo para defesa", afirmou o porta-voz à imprensa, poucas horas antes do início do julgamento, marcado para a tarde desta sexta-feira e que foi interpretado como um "golpe de estado branco" pela comunidade latino-americana.
Lugo protestava contra o que considera o "rito sumário" em seu julgamento. Ele afirmou que vai acatar a decisão do Congresso, mas que iria lutar contra sua possível deposição em "outras instâncias".

(G1)

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