Um protesto de caminhoneiros bloqueia nesta segunda-feira (23/02)
rodovias de ao menos sete estados em todo o país: GO, MG, MS, MT, PR, RS
e SC. Os profissionais reclamam, principalmente, do alto preço do
combustível e dos baixos valores dos fretes. O último boletim da Polícia
Rodoviária Estadual (PRE) apontava 19 rodovias estaduais e interditadas
por causa dos protestos de caminhoneiros no começo da tarde desta
segunda-feira, 23. Nas estaduais do Paraná, são 9 os trechos fechados e
outros 10 com interdição parcial, onde carros pequenos, ônibus,
ambulâncias e cargas perecíveis e de animais vivos são liberados.
Segundo PRE, os trechos são importantes porque fazem ligação com cidades grandes como Cascavel, Curitiba e Guarapuava.
Na região de Curitiba, o trecho da BR-116, em frente à Central de
Abastecimento (Ceasa), ficou fechado até o meio-dia, sentido Sul, em
Fazenda Rio Grande. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) foi acionada para
auxiliar o tráfego da via de importante acesso à Capital e outros
mercados da região.
Já nas federais, são seis pontos de bloqueio, também em trechos
importantes concentrados, em sua maioria, nas cidades do sudoeste do
estado.
Os caminhoneiros realizam manifestações no estado desde a última
quarta-feira (18) e já interditaram diversos trechos em todo o estado.
Vias interditadas
As rodovias estaduais interditadas são: PR 471 km 22, em Nova Prata
do Iguaçu, PR 280 km 255, em Marmeleiro PR 280 km 194, em Marianópolis,
PR 181 kms 535 e 540, em Dois Vizinhos, PR 483 km 001, em Francisco
Beltrão, PRC 280 km 170, em Clevelândia, PR 566 km 012, Itapejara do
Oeste, PRC 466 km 179/180, em Pitanga, PRC 487 km 295, em Manoel Ribas,
PRC 158 km 528,em Vitorino, PR 466 km 091 e 100, em Jardim Alegre, PR
182km 459, em Realeza, PR 495 km 75, em Missal, PR 160 km 53, em
Cornélio Procópio, PR 181 km 421, em Mangueirinha, PR 218 km 254, em
Astorga, PR323 km 36, em Sertanópolis e PRC 280 km 130, em Palmas.
As estradas federais são: BR-163, km 32, em Pérola do Oeste, e km 64,
em Santo Antônio do Sudoeste; BR-369, km 178, em Arapongas, e BR-376,
km 245, em Apucarana.
O movimento, que começou na quarta-feira (18) no Paraná e em Santa
Catarina, chegou a parar 38 trechos de estradas em outros dois Estados
no domingo (22/02), e agora atinge também Minas Gerais. Os caminhões
pararam nos acostamentos das vias. Em Santa Catarina, os manifestantes
bloquearam nove pontos de cinco rodovias.
Uma das mais prejudicadas foi a BR-282 com cinco pontos de interdição
nos quilômetros 504,4 (em Xanxerê), 645,6 (São Miguel d'Oeste), 571
(Nova Erechin), 605 (trevo de Maravilha) e 317,1 (Campos Novos). Na
BR-158 a interdição ocorreu na altura do km 109 (Cunha Porã) e na BR-470
no km 339,6 (Campos Novos).
Segundo a Polícia Rodoviária Federal, houve interdições também no km
101 da BR-163 (São José do Cedro) e na BR-153, no km 64 (Irani). Em
Minas Gerais, caminhoneiros bloquearam ao menos três trechos da BR-381
próximo das cidades de Igarapé, Oliveira e Perdões.
Reivindicações
De acordo com as polícias, mesmo com o protesto, os demais veículos
não enfrentam problemas nas estradas, já que o bloqueio é parcial. O
Paraná registrou a maior concentração de caminhoneiros parados, ocupando
22 pontos de estradas. Em cada trecho há, no mínimo, cem caminhões,
segundo as polícias.
Os caminhoneiros também pedem para que seja criada uma tabela de
preços do frete baseada no km rodado e reclamam da jornada de trabalho
implantada em setembro do ano passado, que fixou em oito horas diárias e
um adicional de duas horas extras. Odi Antônio Zani, um dos líderes do
movimento em Palmeira das Missões (RS), afirmou que os caminhoneiros
estão registrando, em média, queda de 30% no faturamento mensal por
causa da lei. "Eu tinha três caminhões rodando as estradas e faturava R$
120 mil mensais no total. Tive de vender um caminhão e meu faturamento
caiu para R$ 68 mil", afirmou.
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