A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou aumento
da tarifa média da Companhia Paranaense de Energia (Copel) de vai 36,4% a
partir de segunda-feira (02/03). O reajuste extraordinário, foi anunciado
nesta sexta-feira (27/02). A Copel apresentou o quarto aumento mais
significativo entre as 58 distribuidoras de energia que terão reajuste.
O reajuste extraordinário é para compensar o fim dos repasses do
Tesouro à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que criou um rombo
da ordem de R$ 23 bilhões que será rateado entre todos os consumidores
brasileiros. Na prática, esse valor servirá para cobrir a diferença
entre o que as distribuidoras gastam para comprar energia a preços
elevados – por causa do uso intenso de usinas termelétricas – e o que
elas cobram dos consumidores.
No que se refere à compra de energia, o efeito mais representativo no
aumento, segundo a Aneel, foi a variação dos custos de Itaipu. A
energia dessa usina é alocada na forma de cotas às distribuidoras que
atuam nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste e representa
aproximadamente 20% da compra de energia dessas concessionárias. As
tarifas a serem aplicadas por Itaipu em 2015 foram reajustadas em 46%,
em dólar (Resolução Homologatória 1.836/2014). O efeito final ainda deve
considerar a variação cambial.
O principal motivo para a variação da
tarifa de Itaipu foi o cenário hidrológico adverso de 2014. Em razão
das vazões abaixo das médias históricas, as usinas que compõem o
Mecanismo de Realocação de Energia (MRE) geraram 91% de sua garantia
física (Gráfico 1). Ocorre que toda a garantia física de Itaipu é
alocada às distribuidoras na forma de cotas. Por isso, a geração
insuficiente é adquirida por Itaipu ao Preço de Liquidação das
Diferenças (PLD). A combinação de geração baixa e PLD elevado (Gráfico
2) gerou um custo que foi absorvido por Itaipu ao longo de 2014 e que
deve ser repassado em 2015.
Bem Paraná
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