O sonho de voar permeia a história da humanidade desde os primeiros tempos, como nos conta o mito de Ícaro,que morreu ao tentar realizar a proeza. De tanto admirar os pássaros, em suas idas e vindas pelos ares, o homem acabou concretizando o sonho de voar, no início do século passado, com o advento da aviação.
Isto, no entanto, não arrefeceu a curiosidade em relação ao mundo das aves, seus piados, cores exuberantes e sua importância para a preservação da natureza. É o caso da ave símbolo do Paraná, a Gralha Azul (Cyanocorax caeruleus), grande semeadora da Araucária ao enterrar pinhões como forma de armazenar seu alimento predileto.
Como se percebe, há muito para se aprender com as aves e seus hábitos migratórios, reprodutivos e alimentares. Por isso, em boa hora, a ONG MAE (Meio Ambiente Equilibrado) criou o Circuito de Observação de Aves da Mata Atlântica de Londrina, programa coordenado pelo ornitólogo Renan Campos de Oliveira, 26 anos. A atividade é conhecida ao redor do mundo como birdwatching.
Inventário
Conhecer para preservar: bem poderia ser o lema dos idealizadores do Circuito, que catalogou 325 espécies ao longo dos últimos 10 anos observando a avifauna londrinense - contra 270 contabilizadas através de dados oficiais coletados por órgãos de governo e por universidades.
De acordo com Oliveira, que há três anos orienta grupos de observação, esta atividade é muito importante, pois o Brasil é o terceiro país da Terra em número de espécies de aves. "Estamos atrás apenas do Peru e da Colômbia, com 1.800 espécies, sendo 1.100 apenas no bioma Mata Atlântica, do qual Londrina faz parte", explica.
Vaivém
No caso de Londrina, não existem dados disponíveis sobre a avifauna existente quando começou a derrubada da mata, em 1929, para a construção da cidade; mas estima-se que ainda voem por aqui cerca de 30% das espécies naturais da Mata Atlântica. Isso, sem contar aves naturais de outros biomas que visitam a cidade, como o Canário do Mato (Basileuterusflaveolus), ave típica do Cerrado, vista com frequência por aqui.
Por isso, leitor(a), na sua próxima ida a Londrina, no seu próximo passeio ou ida ao trabalho ou escola, apesar do vaivém apressado do tempo em que vivemos, se você olhar pro céu, árvores e gramados, de repente pode descobrir que Londrina tem muito mais aves do que Pardais e Amargosinhas. Se precisar de ajuda, o birdwatching está aí para lhe ajudar.
SERVIÇO
Passeios gratuitos para escolas públicas e pagos para empresas, grupos diversos e participantes avulsos.
Mais informações - Renan Oliveira (43) 3357-3200, ongmae@ongmae.org.br e http://www.ornitologiamae.blogspot.com/
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