Hoje, dia 15 de outubro, o calendário lembra o Dia dos Professores. Nada melhor recordar, ou seja trazer ao coração, aqueles homens e mulheres que marcaram a nossa vida desde a infância até a idade adulta nos bancos escolares. Não por saudosismo e muito menos por dizer que o passado era perfeito, mas sim para agradecer aqueles que no passado, marcaram o rumo de nossas vidas.
Tempos imemoráveis aqueles, em que rodeados de toda a precariedade, éramos envolvidos em um clima de confiança e bem querer, de um relacionamento onde os professores eram mestres, educadores, amigos, companheiros.
A autoridade era respeitada. A relação de professor aluno era, em muitas vezes, melhor que a de pai e mãe. Agradeço os puxões de orelhas, os deveres de casa multiplicados, as conversas ao pé de ouvido aconselhando e incentivando a vencer os limites. Tempos que não v oltam mais.
Penso que ensino e paixão, ensino e vocação, ensino e dedicação, ensino e sacrifícios sempre formam binômios inseparáveis. Ninguém é feliz ao realizar um trabalho por mera recompensa financeira, ou por que não tem outra coisa a fazer.
A realização pessoal em qualquer setor da vida humana vem de um chamado interior, de um desejo em ser alguém, deixando marcas não em livros, mas nos corações. Isso é vocação. Na prática de cada dia se sente logo quando alguém faz as coisas por vocação ou por uma profissão. Quem tem vocação sempre tem tempo, dedica-se a servir mesmo perdendo-se no tempo.
O profissional cumpre tarefas, o vocacionado cumpre uma missão. Assim entendo a vida dos professores e professoras. Na missão de educar, todos vocês professores e mestres, mais do que nunca são desafiados a resgatar a vossa vocação e continuar cumprindo a vossa missão que é semear valores humanos e cristãos, mesmo tendo a impressão de perder tempo.
Acredite: um é que semeia e outro é que colhe. Não cansar jamais de lançar as sementes da educação feita por amor, mesmo em tempos difíceis como os nossos. Para ser um bom educador se deve pensar na paciência de um agricultor. Para ter dias felizes não se pode esperar resultados imediatos. Quantas vezes os pais, ao educar, têm a impressão de semear em terreno árido e sem futuro.
Não fixem o olhar nos erros e sim nas pessoas. Com a sutileza de quem lança sementes de qualidade vê brotar, aos poucos, belos sinais de personalidade d e pessoa amada e com capacidade de amar.
O que será do mundo se os desafios e obstáculos que a Escola apresenta hoje vos vencerem pelo medo e pela angustia? Como vamos construir um futuro melhor se, no presente, não plantarmos valores pelos quais vale a pena lutar? Mesmo que tudo possa parecer ruína, ali pode nascer um novo ser humano através da educação feita por amor.
Certamente não podemos fazer tudo, e nem mesmo ser a solução de tudo. Mas ao menos teremos a consciência tranqüila de termos cumprido o nosso dever. Essa é missão de quem foi chamado a ser operário na construção de um mundo melhor.
Neste dia elevemos ao Senhor da vida e da história um hino de gratidão por todos vocês, homens e mulheres que incansavelmente dedicam tempo e inteligência para aprimorar as mentes e moldar os corações dos pequenos e dos grandes. Obrigado professores! Deus vos fortaleça nesta missão de educadores, que jamais deixem as salas de aula por medo ou angústia.
Sejam corajosos. O mundo da educação precisa de vocês. As famílias precisam de vocês. A sociedade precisa de vocês. As igrejas precisam de vocês. Como diz a Palavra de Deus: "Vocês são preciosos aos olhos de Deus". Deus vos abençoe sempre!
Dom Anuar Battisti é Arcebispo de Maringá
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