Sempre houve uma grande preocupação em se separar as variadas formas de comportamento humano. Uma destas, é aquela que divide os comportamentos em “normais” e patológicos. Normais seriam todas aqueles que se enquadrariam dentro da norma, ou seja, aquele seguido e demonstrado pela maioria, considerado natural. Na categoria de patológicos, estariam justamente, aqueles comportamentos, ou aqueles indivíduos que se comportariam fora das normas, ou melhor ainda, característico em poucos, numa minoria, e que devido a isso, eram marginalizados, ou seja, considerados a margem da sociedade.
Esta classificação foi usada durante muito tempo com bastante sucesso na tentativa de se conseguir uma ordem social e até mesmo um controle das formas de expressão e comportamentos que poderiam desencadear um certo caos no bom convívio social. Existiam valores a serem seguidos e vivenciados em todas as relações humanas.
Pois bem, de uns tempos pra cá, o conceito de “normal” tem sido convenientemente adaptado para comportamentos que em outras épocas feriam os valores da maioria e eram, portanto considerados patológicos. A constatação disto, sempre me intrigou muito, pois eu não conseguia encontrar uma explicação para esta inversão de valores e de maneiras de agir cada vez mais comum nas relações humanas.
Pois bem, de uns tempos pra cá, o conceito de “normal” tem sido convenientemente adaptado para comportamentos que em outras épocas feriam os valores da maioria e eram, portanto considerados patológicos. A constatação disto, sempre me intrigou muito, pois eu não conseguia encontrar uma explicação para esta inversão de valores e de maneiras de agir cada vez mais comum nas relações humanas. Mas um dia desses, lendo um jornal, tomei conhecimento do termo normose, criado pelo padre Jean - Yves Leloup e que caracteriza de uma forma extremamente correta o que vem acontecendo hoje em dia com a nossa sociedade. De acordo com este padre, estamos sendo acometidos pela doença de normalidade. A normose, segundo o padre Leloup, se caracteriza principalmente pela ambição desvairada, o desleixo e mesmo a extinção do princípio da ética, princípio este, que, aliás, era o que pautava a construção dos valores de uma sociedade, e, portanto direcionava as mais variadas formas de relacionamentos.
É justamente a predominância da normose que justifica tantos atos, que apesar de assustarem e indignarem, são tão bem assimilados e espalhados na sociedade atual. Quantas vezes nos horrorizamos com tantos acontecimentos, mas ao mesmo tempo não fazemos nada para mudá-los, e inúmeras vezes, chegamos mesmo a incorporá-los em nossa vida? Exemplo típico é quando a pessoa adota o lema “bateu, levou”, e passa prá frente alguma injustiça da qual foi vítima.
É a doença de normalidade, que cria em nós muitas vezes uma cumplicidade com fatos que, a princípio e por princípios aprendidos, não concordamos. A normose faz as pessoas acreditarem que o fim justifica os meios, sejam eles quais forem, chegando-se muitas vezes a adotarem comportamentos que antes julgavam patológicos. A normose ignora a sensibilidade e o respeito ao outro. A normose faz a pessoa acreditar naquela horrível frase “eu gosto de levar vantagem em tudo”, mesmo que para isso ela esteja prejudicando o outro.
É ela que faz tantos indivíduos preterirem o ser, pelo Ter. É justamente o aumento de pessoas acometidas pela normose, que nos faz tantas vezes sentirmos medo, indignação e preocupação no que diz respeito aos caminhos que têm tomado o nosso mundo! O doente da normalidade é egoísta e extremamente perigoso para o bem da humanidade. Fique atento e se por acaso perceber o aparecimento de alguns destes sintomas em você, elimine-os logo no início, pois, segundo Leloup, é uma doença cumulativa, fica cada vez mais resistente e difícil de ser curada!
Nenhum comentário:
Postar um comentário