Em pleno dia na grande cidade
há luxúria e promiscuidade
É o universo da miserândia;
o inverso da Disneylândia.
Onde não há sonho,
onde impera nada escuso um prazer obscuro.
Numa salada mista de senhoritas vilãs, mulheres cidadãs...
e a polícia a fazer grossa vista.
Mocinha nua ...
Fezes na rua.
Crianças como bicho
Comem restos de lixo.
Tendas cobertas
Com sacos de ráfia
Grupos unidos formando uma máfia.
Na sargeta corre a água
que deveria correr numa torneira instalada;
não como esgoto cruelmente a feder!
Cães sarnentos,
babando em frente às máquinas
de assar-frango de granja-
que fora alimentado com estrume de gado.
Ou quem sabe...
até tenho certeza, com ração hormonal (belo lucro patronal!)
Para em quarenta dias e até menos...
estar abatido em dias de domingo nas casas das tias.
E, ainda é o que temos de melhor em nossas mesas.
O gato a buscar um rato
para que o resto de peixe buscado na feira,
ao seu dono, deixe...
E no duro chão, simples papelão
serve de colchão.
Um mendigo casal, dentes dois mil e um
não vendo mal nenhum...
se ama sem cama numa marquise;
e os transeuntes, assobiando, pedem reprise.
Passarinhos em gaiolas meninos sem escolas...
mãos sujas pés descalços
sem paz...sem os pais,
cujos percalços culpam ao governo
que sem social compromisso
não põe um termo em tudo isso.!
Cleusa Sotsab
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