Nascido na antiga Iugoslávia, filho de judeus, brasileiro por opção, Vlado Herzog, passou a assinar Vladimir quando começou a escrever nos principais jornais do Brasil. Jornalista, professor e dramaturgo, também fazia incursões pelo mundo da fotografia. Jornalista renomado, trabalhou na BBC de Londres, no jornal O Estado de São Paulo e foi diretor do Departamento de Jornalismo da TV Cultura em São Paulo. Herzog era ligado ao PCB e isto causou sua prisão e consequentemente sua morte. “Convidado” a depor no DOI-CODI (polícia de repressão), em 25 de outubro de 1975, compareceu e neste mesmo dia foi barbaramente torturado e assassinado. Encontrado enforcado com seu próprio cinto, os militares forjaram as provas para que a sociedade pensasse que tivesse sido suicídio. Herzog, deixou mulher e dois filhos pequenos. Clarice, a esposa, ficou conhecida por sua luta para provar que o marido tinha sido assassinado e ganhou uma homenagem na música “O Bêbado e a Equilibrista”, de João Bosco e Aldir Blanc em que um dos versos diz assim: “Chora a nossa pátria mãe gentil, choram Marias e Clarices no solo do Brasil".
No dia 31 de março de 1975, seis dias após o assassinato de Herzog, o arcebispo de São Paulo Dom Paulo Evaristo Arns, marcou um ato ecumênico para homenageá-lo, mas o general Ednardo D'Ávila Melo, comandante do II Exército, determinou o fechamento de todas as grandes avenidas de São Paulo, para que o povo não pudesse comparecer à cerimônia ecumênica na Catedral da Sé. Isso não intimidou nem amedrontou a população, que compareceu aos milhares. Esse foi o começo do fim de uma época negra da história do Brasil.
Hoje, 25 de outubro, faz 34 anos que ele perdeu a vida. Registramos aqui a homenagem, a este homem que com sua morte gerou uma onda de protestos sem precedentes pelo Brasil e pelo mundo e balançou as poderosas estruturas da ditadura militar. Nosso tributo a ele e a muitos outros que tombaram heroicamente em favor da liberdade.
Malu Pedarcini
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