Em todas as línguas do mundo existe um mesmo
ditado: o que os olhos não vêem, o coração não sente. Pois eu afirmo
que não há nada mais falso do que isso; quanto mais longe, mais perto do
coração estão os sentimentos que procuramos sufocar e esquecer. Se
estamos no exílio, queremos guardar cada pequena lembrança de nossas
raízes, se estamos distantes da pessoa amada, cada pessoa que passa pela
rua nos faz lembrar dela.
Os evangelhos, e todos os textos
sagrados de todas as religiões foram escritos no exílio, em busca da
compreensão de Deus, da fé que movia os povos adiante, da peregrinação
das almas errantes pela face da terra. Não sabiam os nossos antepassados
- e tampouco nós sabemos o que a Divindade espera de nossas vidas -, e é
nesse momento que os livros são escritos, os quadros pintados, porque
não queremos e não podemos esquecer quem somos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário