O último comboio com tropas dos Estados Unidos deixou o Iraque na manhã deste domingo (18/12), quase nove anos depois de invadir o país asiático para depor o ditador Saddam Hussein.
Cerca de 500 soldados e 110 veículos blindados cruzaram a fronteira com o Kuwait – país pelo qual as tropas norte-americanas entraram no Iraque, em 2003 – às 2h30 (horário de Brasília), segundo o comando norte-americano.
Restarão ainda 157 soldados norte-americanos no Iraque, que deverão treinar as forças iraquianas e proteger a Embaixada dos EUA na capital Bagdá. Nos últimos dias, as tropas comandadas pelo general Lloyd Austin entregaram os últimos prisioneiros às autoridades iraquianas.
Na sexta-feira (16/12), as forças nacionais assumiram o controle da última base militar que permanecia em poder dos EUA.
Atrás de Saddam
Um ano após os atentados às Torres Gêmeas em Nova York, o presidente norte-americano à época, George W. Bush, anunciou a necessidade de defesa dos Estados Unidos e do mundo de nações como o Iraque durante a Assembleia Geral das Nações Unidas. Para justificar as futuras ações militares, Bush afirmou que o país asiático possuía armas de destruição em massa, assim como outros classificados pelo líder norte-americano como o “Eixo do Mal”.
Sem o consentimento do Conselho de Segurança da ONU, um ano mais tarde, em 20 de março de 2003, tropas norte-americanas e britânicas entraram no Iraque, entrando pela fronteira do país com o Kuwait – nação invadida pelo exército de Saddam Hussein no início da década de 1990. Dentro de apenas 30 dias, a capital Bagdá foi dominada pelas tropas norte-americanas e da Otan, que também deu apoio às invasões.
O objetivo inicial das operações militares era procurar pelo ditador iraquiano, feito obtido somente em dezembro de 2003. Saddam foi encontrado perto da cidade de Tirkit, julgado e condenado à morte por uma corte de Bagdá em novembro de 2006. A pena por forca foi executada no final daquele ano, sendo que até um vídeo filmado por celular vazou na internet.
Saldo da guerra
Considerando óbitos até o dia 1º de dezembro de 2011, o número de mortes de civis por ataques suicidas, bombas, execuções e trocas de tiros no Iraque era estimado entre 104 mil e 113 mil, segundo a ONG Iraq Body Count.
Entre os militares, foram cerca de 4,5 mil mortes e 32 mil feridos, segundo números do Pentágono norte-americano. Pelo lado dos britânicos, foram 179 soldados mortos e outros países perderam, somados, 139 militares em combate.
Policiais e soldados iraquianos mortos somaram 20 mil durante os nove anos de conflitos e mais de 19 mil insurgentes também faleceram durante a guerra.
(G1)
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