O presidente da Sociedade Rural Brasileira, Gustavo Diniz Junqueira,
disse ter ficado "muito satisfeito" com a reunião feita com o candidato a
vice na chapa de Marina Silva (PSB), Beto Albuquerque, e ressaltou que o
agronegócio e a campanha da ex-ministra estão "alinhados".
"Esse
governo vai buscar o diálogo e não vai fazer mudanças abruptas que não
tenham análises, sem conversar com os setores", disse Junqueira.
"Escutei do Beto que temos que melhorar o agronegócio e acabar com essa
falsa agenda negativa. Isso passa pela sustentabilidade."
Junqueira
afirmou que o governo precisa enxergar o agronegócio como uma solução,
sem o "falso dilema" entre produção e proteção. Ele afirmou também que
discorda da visão de que o setor tem restrições à candidatura de Marina.
"Muito pelo contrário. Eu vejo um crescimento do sul ao norte do País",
disse.
Segundo Junqueira, não é possível manter o nível de
produção no Brasil com as mesmas políticas. "É preciso fazer a
infraestrutura para que a gente consiga exportar. Ideias e soluções
mirabolantes não funcionam, precisamos do debate", ressaltou.
No
encontro, foram discutidas questões como Código Florestal, índice de
produtividade, inovação e fortalecimento do Ministério da Agricultura.
Albuquerque,
garantiu a representantes do agronegócio que a ex-ministra ouve as
partes interessadas antes de tomar decisões, "diferentemente da atual
presidente". Durante reunião na Sociedade Rural Brasileira, além das
questões inerentes ao setor, Albuquerque também foi questionado sobre o
perfil de gestão de Marina e o seu papel em um eventual governo do PSB.
"Meu
papel terá os limites que a presidente determinar, mas não serei um
vice que apenas vai substituir a ausência da Marina. Vamos ajudar a
governar, somos uma equipe", afirmou. O candidato reiterou que gostaria
de governar com os melhores de todos os partidos e que isso não exclui o
PMDB. "No PMDB nós temos vários nomes que podem nos ajudar", apontou.
Albuquerque
falou ainda da proposta de fortalecer o Ministério da Agricultura e de
ter "na linha de frente alguém que seja acreditado pelo setor". "A ideia
é devolver a ele estatura política, fortalecimento orçamentário,
importância", disse. A política externa também fez parte da discussão e
foi concordado que é preciso ampliar acordos bilaterais e olhar além do
Mercosul, para aumentar as exportações. "Não temos que ficar presos a
poucos mercados", ressaltou o candidato.
Ele reiterou que a
prioridade do PSB é retomar o crescimento do Brasil e fazer a reforma
tributária. Albuquerque fez críticas à política de impostos da
presidente Dilma Rousseff (PT) e afirmou que "a CPMF da Dilma é o IOF",
que pesa na competitividade.
O candidato também fez reclamações
dos adversários e disse que precisa responder a tantas "calúnias" que
fica sem tempo para discutir propostas. Confiante de que sua chapa
estará no segundo turno, ele ressaltou que o "nível" dos concorrentes
"pode cair ainda mais".
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