O arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer, afirmou nesta sexta-feira (22/03) que “riu bastante” após o término do conclave para eleição papal, ocorrido neste mês no Vaticano, ao saber que era tido como favorito por meios de comunicação.
“Eu ri bastante. Tinha um conclave que se fazia fora da Capela Sistina, e não foi o conclave que elegeu o Papa”, afirmou Scherer, referindo-se à reunião que definiu o arcebispo de Buenos Aires, Jorge Mario Bergoglio, como o novo Papa Francisco.
O arcebispo brasileiro foi apontado por diversos meios como um dos favoritos para ser o novo líder da Igreja Católica. Jornais italianos colocaram o brasileiro ao lado do italiano Angelo Scola como os mais cotados. Dom Odilo falou sobre o conclave nesta sexta na sede da Cúria da Arquidiocese de São Paulo, em Higienópolis, pouco após chegar de viagem da Itália, pela manhã.
O arcebispo afirmou que ficou isolado do que acontecia fora da Capela Sistina. Quando questionado se sentiu o peso de ser considerado favorito, afirmou: “Quem disse que eu era o favorito?”. Ele afirmou que ficou “desvinculado da opinião pública e da imprensa”. “Por isso não senti pressão”, disse.
Francisco
Dom Odilo disse que a escolha do arcebispo argentino foi uma surpresa. ”E as surpresas continuam. O novo Papa está mostrando um jeito diferente e próprio”, afirmou, ressaltando que os gestos e o próprio nome escolhido pelo sumo pontífice, em referência a São Francisco de Assis, dão indicações de como será seu papado.
O fato de o Papa ser argentino, em sua opinião, indica um "novo ânimo" para a Igreja Católica na América Latina e no Brasil. Mas não significa nenhum privilégio, ressaltou.
Sobre a escolha, Scherer afirmou que a Igreja acredita na ação do Espírito Santo. “Ele não manda SMS ou Twitter para indicar em quem quer que nós votemos. Cada um votou segundo a sua consciência.” O arcebispo de São Paulo disse ainda que Francisco deve confirmar em breve sua viagem ao Rio de Janeiro, para a Jornada Mundial da Juventude, e Aparecida, no interior paulista.
Questionado se a Igreja estava dividida, Dom Odilo disse que não e acrescentou que a instituição tem muito mais a fazer do que “dizer se é contra isso ou aquilo ou explicar escândalos de um de seus membros”.
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