A ministra chefe da Casa Civil do governo Dilma Rousseff e senadora paranaense Gleisi Hoffmann (PT) pode deixar o cargo logo após as eleições municipais de outubro. A saída dela estaria sendo defendida por setores do PT como forma de acomodar aliados do governo federal com vistas à recomposição da base aliada já pensando na disputa pela sucessão presidencial e de governos estaduais em 2014.
Segundo informações publicadas pela imprensa nacional, os petistas defendem que Gleisi deixe a Casa Civil e reassuma seu mandato no Senado para começar logo a pré-campanha ao governo paranaense. Nesse cenário, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante (PT), poderia ser deslocado para a Casa Civil. Há rumores de que o candidato do PMDB à prefeitura de São Paulo, Gabriel Chalita, no xadrez da reforma, ocuparia a Educação, mas Dilma não tem decisão tomada. Ele foi secretário da pasta no governo Geraldo Alckmin (2003-2006).
A expectativa do PT é conseguir emplacar Fernando Haddad no segundo turno da disputa pela prefeitura paulistana contra o candidato do PRB, o deputado federal Celso Russomanno. E com isso, atrair o PMDB de Chalita para o palanque de Haddad.
PMDB, o PDT e até o minúsculo PRTB já estariam amarrando acordos e se aproximando dos candidatos com chances de disputar o segundo turno. A estratégia discutida nos bastidores das campanhas ficou evidente na segunda-feira, (24/09), durante debate entre os concorrentes à cadeira de Gilberto Kassab (PSD), promovido pela TV Gazeta.
O candidato do PMDB foi um dos que mais atacaram José Serra (PSDB), poupando o petista Fernando Haddad. Chalita está em quarto lugar nas pesquisas de intenção de voto, enquanto Serra e Haddad duelam pela vaga para o segundo turno. Na lanterninha, o candidato do PDT, Paulinho da Força, intensificou a ofensiva contra Russomanno, o líder das pesquisas que também “roubou” votos do eleitorado tucano.
Embora o PMDB do vice-presidente Michel Temer negue acordo para ajudar Haddad em troca de cargos no governo Dilma Rousseff, dirigentes do partido acham “natural” o apoio de Chalita ao PT, se o petista passar para a segunda rodada contra Russomanno. Na propaganda de TV, o candidato do PMDB já começou a adotar tom mais agressivo contra Serra.
Dilma disse a aliados que fará mudanças no ministério depois das eleições, com o novo mapa das urnas e suas respectivas forças políticas. O PMDB espera ganhar postos de maior visibilidade no primeiro escalão e Chalita, hoje deputado, poderá ser um dos contemplados.
Em nota, o deputado estadual Baleia Rossi, presidente do PMDB paulista, negou qualquer barganha ou acordo com o PT e repudiou “especulações sobre uma suposta negociação” para Chalita assumir um ministério em troca do apoio a Haddad.
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