Homenageada pelas companheira de equipe, Daiane dos Santos, 28 anos, encerrou seu ciclo na ginástica artística neste domingo, (29/07), após competir em três Olimpíadas, além de ter ido a Sydney-2000 como reserva. Em tom de brincadeira, a ginasta disse estar desempregada a partir de agora, mas frisou que sai com a "sensação do dever cumprido".
"Quando cheguei na paralela e acabou minha parte, pensei 'gente, acabou, e agora?'. Estou desempregada. Por favor, vou começar a mandar currículo. Não tenho o que escrever no currículo, mas vou mandar", declarou.
Daiane comentou ter ficado tranquila em entrar pela última vez numa competição olímpica, e ressaltou que a sensação ao chegar para se apresentar nas barras paralelas, seu último aparelho na série, é indescritível.
"É inexplicável, não dá para descrever. Quero ver agora, do lado de fora, como vai ser. Ontem, minha mão pingava de tão nervosa", afirmou a ginasta gaúcha, ao lembrar da competição masculina, realizada no sábado.
Repensar a aposentadoria é uma possibilidade completamente descartada, garantiu Daiane. Ela informou que pretende continuar trabalhando no esporte, mas ainda não tem ideia em qual função pretende atuar.
"Não, esqueçam 2016. Lá, vou estar trabalhando, quero estar junto com as meninas, mas de outra forma. Acho que elas vão dar o recado para 2016. Já deram até agora, então, vou estar perto, mas não como ginasta", destacou.
Na saída da área de competição, as meninas da equipe se abraçaram emocionadas, e Daniele Hypólito, outra veterana da seleção, agradeceu a Daiane pelos "anos de companheirismo" e pela atuação da gaúcha no esporte.
"A gente tem que agradecer por todos esses anos de seleção, por todos esses anos de companheirismo na seleção, por estar comigo durante esse tempo. Elas chegaram agora, mas a gente tem uma caminhada longa aí. Queremos te agradecer em nome da ginástica, por tudo que você fez", afirmou.
Chorando, Daiane disse que amava todas as companheiras, e mencionou nominalmente todas as atletas da seleção, inclusive Jade Barbosa, que foi cortada da equipe que veio a Londres por não se apresentar para os treinos, devido a conflitos contratuais.
"Sem uma, não estaríamos aqui hoje. Amo todas vocês", disse emocionada.
A ginasta garantiu ter ficado satisfeita com a atuação do time brasileiro de ginástica artística, que abriu a competição por equipes em Londres, mas praticamente descartou alguma chance de medalha nesta Olimpíada.
"É difícil, a gente sabia que tinha umas notas que são mais baixas, como na barra paralela, mas o que mais importava era a gente vir e fazer o que a gente treinou".
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