Após a oposição encaminhar nesta terça-feira (02/08) à Mesa do Senado o requerimento que pede a criação da CPI dos Transportes, o governo agiu rápido e conseguiu comprometer a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito ao retirar uma das 27 assinaturas necessárias protocoladas.
A CPI, se criada, tem como objetivo investigar denúncias envolvendo o Ministério dos Transportes e o Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes (Dnit).
Com a retirada da assinatura de um senador, a comissão não pode ser instalada.
Os oposicionistas, no entanto, devem manter a ofensiva nesta quarta-feira (03/08) em busca de mais uma assinatura que garanta a instalação da CPI. O governo, por sua vez, deve manobrar justamente no sentido oposto para evitar que novos senadores façam a adesão ao requerimento que pede a criação da CPI.
No início da noite desta terça, o líder do governo no Senado, Romero Jucá, já havia antecipado qual seria a estratégia do governo para frear a manobra oposicionista. "Nós vamos conversar com os membros da base que assinaram a CPI para verificar a possibilidade de retirada de assinaturas. Nenhuma CPI é boa para o governo, apesar do governo não temer a CPI", disse.
Anteriormente, o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), responsável por encaminhar o requerimento, estava confiante na criação da CPI. "Todos que assinaram pensaram muito antes de assinar", afirmou.
A lista com os nomes foi fechada depois das explicações do senador e ex-ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, no plenário. Nascimento disse que estava sendo acusado por fatos que ocorreram em 2010, quando deixou o ministério para concorrer ao governo do Amazonas. Na época, Paulo Passos, atual ministro dos Transportes, respondia pelo cargo.
"O ministério que deixei em 2010 é diferente do que eu encontrei no meu retorno", explica Nascimento.
Nascimento disse que ficou surpreso ao ver o aumento no custo das obras do PAC. "Levei minhas preocupações sobre o que me pareceu um grande salto e descontrole no orçamento do PAC à ministra Míriam Belchior, em reunião que tivemos no ministério do planejamento para discutir o andamento das obras".
Nesta quarta-feira (3), o governo deve ter outro dia difícil pela frente. O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, vai à comissão de agricultura da câmara para dar explicações sobre denúncias de irregularidades na Companhia Nacional de Abastecimento.
(g1.globo.com)
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