A senadora Marina Silva, candidata do PV à Presidência da República rejeitou, nesta quinta-feira (15/07), a ideia de que teria dificuldades para governar, caso eleita, por não fazer parte de uma grande coligação e por seu partido não ter maioria no Congresso. “As maiorias podem ser construídas a partir da diversidade”, disse, durante sabatina promovida pela Record News e pelo portal R7.
A candidata afirmou que fez uma opção “programática” e que é possível fazer um “alinhamento” com outros partidos na composição dos ministérios. “Quero governar com os melhores do PT e do PSDB”, disse, para, em seguida, criticar a forma de governar dos dois partidos. A senadora afirmou que o PT ficou refém de “parte do fisiologismo do PMDB” e o PSDB, dos Democratas.
Marina ponderou que não estava generalizando e citou o senador Pedro Simon (PMDB-RS), a quem chamou de “um grande conselheiro”, como alguém que admira no partido. Ela defendeu a “otimização da boa política” e rejeitou a distribuição de cargos. “O meu governo não precisa ser em troca de cargos. Tem pessoas que votam e se mobilizam sem ser por isso”, disse.
Dilma e Serra
Em outro momento da sabatina, Marina disse que tem uma relação de respeito com a candidata do PT, Dilma Rousseff, e com o candidato do PSDB, José Serra. A senadora procurou mostrar os dois como candidatos iguais em alguns pontos, como em relação ao modelo de desenvolvimento do país.
“Infelizmente, na visão mais importante desse projeto, no desenvolvimento sustentável, Dilma e Serra são iguais. Eles não defendem as idéias que eu acho mais importantes e têm uma visão desenvolvimentista, que é repassada para a saúde, para a educação", disse.
Para a candidata do PV, outro ponto de identificação entre a petista e o tucano é que Dilma e Serra “têm um perfil quase puramente gerencial”. “O que é diferente do presidente Lula e do presidente Fernando Henrique, que tinham um perfil de liderança política, de visão estratégica. E agora querem convencer o povo de que o país precisa de um gerente. E eu digo que o Brasil precisa de um estrategista”, afirmou.
ReformasQuestionada, a senadora disse que não poderia prometer que fará reformas como a da Previdência, a tributária e a política. “Elas são necessárias e precisam ser feitas. O problema é que elas não devem ser fáceis, senão, já teriam sido feitas. (...) Não digo que vou fazer porque isso depende do Congresso”, ponderou.
Sobre a reforma da Previdência, Marina disse que o déficit é um problema grave e que precisa ser suprido. Ela defendeu um modelo voltado para a capitalização da Previdência e sugeriu a utilização de recursos do pré-sal para isso. A senadora disse ainda que é necessário um
programa de recuperação progressiva do poder aquisitivo dos aposentados.
Código Florestal
Marina voltou criticar o Código Florestal aprovado numa comissão da Câmara dos Deputados e disse que, se fosse presidente, o vetaria. A candidata afirmou ainda que o projeto “nem merece o nome de código” e que é “um dos piores retrocessos”.
“Está sendo feito um perdão de desmatamento ilegal na ordem de 42 milhões de hectares. Em qualquer país do mundo, isso não aconteceria. Como é que ficam aqueles que conseguiram, a duras penas, cumprir a legislação?”, questionou, acrescentando que tentará convencer outros senadores a votar contra o projeto.
Maconha, aborto e casamento gay
A candidata do PV disse ser contrária à descriminalização da maconha, mas afirmou que defende um plebiscito sobre o assunto. Questionada, afirmou que nunca fumou maconha, nem ingeriu bebidas alcoólicas. “Só Biotônico Fontoura”, brincou.
Ela disse acreditar que a descriminalização da maconha “talvez não seja o melhor caminho para o combate ao tráfico” e que isso poderia ser “uma porta de entrada mais fácil” para jovens se tornarem usuários.
A senadora também foi questionada sobre o casamento gay e se mostrou favorável ao reconhecimento dos direitos civis. “As pessoas que têm um patrimônio junto, por que não gozar do patrimônio junto? Por que não ter um plano de saúde junto?”, disse. No entanto, ela afirmou que não defende o casamento religioso entre pessoas do mesmo sexo.
Assim como em relação à maconha, Marina disse ser contrária ao aborto, mas defendeu a realização de um plebiscito para discutir se a lei deve permitir o aborto em outros casos além dos já previstos em lei.
(g1.globo.com)
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