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julho 26, 2010

Reflexão sobre um crime

Muitas vezes os pais dão nome ao filho por inspiração de alguma personalidade ou de alguma autoridade que desperta simpatias. Ajudando, há anos nas crismas, um bispo já falecido, pude notar que vários garotos tinham o nome de Getúlio. Era o tempo do falecido Presidente Vargas, pelo qual havia tanto simpatia como oposição. Os nomes também têm época.
Bruno é ou era um nome que despertava simpatias. O termo latino significa moreno. Por não saberem o sentido, os pais dão este nome a um filho lourinho. É o que se chama “contradição nos termos”.
Atualmente, por ter sido apontado (enquanto se aguarda a certeza) como responsável pelo assassinato de uma jovem senhora, o nome Bruno tornou-se antipatizado, como se o nome fosse necessariamente mau prognóstico, o que não é justo.
Independente do nome, o crime da morte daquela senhora Elisa é de uma perversidade assustadora. Açoitada violentamente antes de ser morta, foi ainda seu corpo desrespeitosamente e barbaramente atirado aos cães, sem direito a uma sepultura, por modesta que fosse.
Mas para os que ainda temos uma visão humana e cristã da vida, assusta-nos a história do grupo ligado a este crime: altíssimas remunerações pecuniárias, disolução dos costumes, vida matrimonial anti-cristã, etc. etc. Não estou inventando. Acompanhei o noticiário deste crime com preocupação que todo cristão deve ter. A moral, que a Igreja ensina, aponta e prega, não é facultativa. É a norma que Deus mesmo de nós exige e é a única via de uma vida honesta e séria. As consequências do desrespeito a estas normas estão aí nas páginas dos jornais todos os dias.
Penso sobretudo na santidade da vida matrimonial. A infidelidade no amor conjugal deve ser afastada com todas as forças da alma.
Com certeza, neste doloroso caso da morte de Elisa, outro seria o desfecho, se a lei divina do amor conjugal tivesse sido observada desde o início. Acrescente-se ainda que Elisa vem de “Elisabeth”, que significa “Casa de meu Deus”. E esta “casa de Deus” foi maldosamente destruída e profanada.

Dom Benedicto de Ulhoa Vieira

Fonte: CNBB

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