As sombras das lembranças,
Como num marco d'esperança,
Tapam o sol que queima,
E resiste, e cobre, e teima...
Insistente no castelo
De penumbras, mas sempre belo,
Dos tempos já idos,
Passados, sonhados, enternecidos.
E arranca-os para o papel
Cada resquício que se perdeu
Ou que escondeu-se atrás do véu.
Até que cada lembrança
Rasgue as sombras, e veja a criança
Que ainda vive, e não morreu.
Mas dilaceram, e arrancam, sim,
Cada verso, segredo, como num motim
Invadem insistentes as lembranças,
E remoem, ruminam,
E pra terminar terminam
Arrancando Pedaços de Mim...
(Cleyton José)
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