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outubro 27, 2014

Santa Tereza e o jesuíta


No momento em que é rejeitada por todos como louca ou endemoninhada, Santa Teresa D'Avila encontra o jesuíta Francisco de Borja.

“Não consigo rezar sozinha”, diz. “Preciso buscar a memória do Criador nos campos, na água, ou nas flores. A oração para mim é um trabalho difícil, como o de tirar água de um poço. No começo consigo pegar apenas umas gotas, que aliviam a secura da minha alma. Mas, aos poucos, o balde vai se enchendo, e cada vez tenho menos trabalho para regar estes campos espirituais. Finalmente, chega um momento em que esta água se transforma em chuva, e o Criador rega minha alma, sem nenhum trabalho de minha parte”.

“Pois nunca deixe de ler este livro da criação”, responde Francisco de Borja. “Ali, na natureza, o Pai escreve suas melhores linhas”.

Paulo Coelho

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