Em entrevista à rede americana de TV CNN exibida na quarta-feira
(01/10), a candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, se queixou da
"campanha de desqualificação" que diz estar sofrendo na corrida
eleitoral. Ela disse que, por causa de sua "origem humilde", ainda
enfrenta preconceitos e paga "um preço muito alto" ao ter que provar sua
capacidade.
Questionada pela jornalista Christiane Amanpour sobre sua trajetória de
vida, Marina disse que teve uma vida difícil, que viveu num "regime de
semiescravidão até os 16 anos" na floresta amazônica, perdeu a mãe aos
14 e teve que cuidar dos irmãos. Disse que ainda convive com
preconceitos e que "é muito fácil atribuir qualquer opinião para
desqualificar uma pessoa com a minha origem".
"Pessoas que têm a minha origem têm que provar que pensam, têm que
provar que são inteligentes, têm que provar o tempo todo que são
competentes, que são capazes de governar uma empresa, que são capazes de
ter uma posição de liderança e um cargo público. E, obviamente que na
Presidência da República, as exigências ficam maiores", afirmou.
Na entrevista, Marina também foi lembrada sobre a espionagem da
inteligência norte-americana sobre o governo e a presidente Dilma
Rousseff e em seguida questionada sobre a relação do Brasil com os
Estados Unidos. Marina respondeu o que foi feito pelas agências é
"inaceitável e deve ser repudiado com toda a veemência".
"No entanto, é preciso que se busque a superação desse impasse. E isso
significa não só em relação ao Brasil, mas em relação a todos os outros
países. É fundamental que se estabeleça um novo padrão para a relação
entre os diferentes países, orientada pelo princípio de uma cultura de
paz, uma cultura de cooperação, do exercício da liderança fraterna",
afirmou.
Marina também falou da motivação de sua candidatura, após a morte de
Eduardo Campos, em agosto, bem como de propostas nas áreas de saúde,
educação, segurança e infraestrutura. Disse ser preciso recuperar a
confiança de investidores no Brasil para recuperar o crescimento
econômico após erros cometidos pelo atual governo.
Em outro momento, foi indagada por ser evangélica e como isso afetaria
direitos dos homossexuais, por exemplo. A candidata repetiu que seu
programa é o que reconhece mais direitos para a comunidade LGBT,
preservando a possibilidade de união civil entre pessoas do mesmo sexo,
admitindo a adoção de crianças por casais gays, a transferência de
direitos previdenciários e herança em caso de morte. "Todos os direitos
que estão assegurados para os casais heterossexuais estão assegurados
para os casais homoafetivos", disse.
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