A Grande Muralha China, um dos monumentos mais visitados do mundo, está
com boa parte de sua estrutura defensiva em mal estado de conservação, e
as perspectivas não são otimistas, por causa da falta de recursos e do
desenvolvimento industrial irresponsável, alertou o secretário-geral da
principal organização de proteção do monumento à agência "Xinhua" neste
sábado (16/08).
De acordo com o secretário-geral da Sociedade da Grande Muralha, Wu
Guoqiang, mais de três quartos do trecho construído durante a dinastia
Ming (1368-1644), uma das épocas em que o monumento foi mais expandido,
estão em mal estado.
"Só 10% estão em condições relativamente boas", destacou Wu em um
seminário da associação, criada em 1987 para pesquisa, proteção e
restauração da Muralha da China.
Ele explicou que em muitos dos trechos só existem as bases, e que tanto
o ser humano como a ação da natureza (erosão, inundações, terremotos)
são "graves ameaças" ao monumento, declarado Patrimônio da Humanidade
pela Unesco também em 1987.
"O prejuízo causado pela atividade humana está crescendo, e é cada vez
mais exacerbado", afirmou Wu, que denunciou a manutenção de más práticas
como o uso de tijolos e solo da Grande Muralha para construir imóveis.
"A Grande Muralha é o símbolo mais reconhecível da China no mundo, e deve ser conservada com vida", concluiu Wu no seminário.
A monumental obra, de oito mil quilômetros de extensão, foi criada por
ordem do primeiro imperador chinês, Qin Shihuang, no século 3 a.C.,
quando diversos muros construídos por antigos reinos e tribos foram
reunidos para se defender de invasores nômades do norte da Ásia.
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