Túlio Bandeira, Roberto Requião, Bernardo Pilotto, Rodrigo Tomazini,
Gleisi Hoffmann, Geonisio Marinho e Beto Richa,
no debate da Band:
farpas (foto: Franklin de Freitas)
O primeiro debate entre os candidatos ao governo do Paraná, ontem (28/08),
realizado pela Rede Bandeirantes, foi marcado por muitos ataques, várias
trocas de acusações e poucas propostas. Ao contrário do que se
esperava, o governador Beto Richa (PSDB), líder nas pesquisas, não foi o
principal alvo. Sobraram farpas para todos. O senador Roberto Requião
(PMDB), a senadora Gleisi Hoffmann (PT) e até mesmo Túlio Bandeira (PTC)
foram alvos de muitas críticas. Entre as questões debatidas estavam o
pedágio, a situação financeira do Estado e a dificuldade de o governo
federal liberar empréstimos ao Estado, mas as críticas pessoais
predominaram.
Os assuntos mais polêmicos foram abordados logo no início do debate.
Requião abriu o debate com pergunta ao governador Beto Richa (PSDB), a
quem chamou durante todo o programa de “Carlos Alberto”. Ele questionou a
situação financeira do Estado, citando a falta de verba para segurança e
outros problemas. Depois de garantir que as contas do governo estão em
dia e que encontrou o Estado cheio de dívidas, Richa ironizou: ”Toma
jeito, Requião! De cabelos brancos e ainda mentindo. Pagamos dívidas de
outros governos. O Paraná é dois que mais reduziram. Recebemos dívida do
governo dele. Requião tenta dissimular e confundir a opinião pública”,
disse Beto.
Em seguida, Richa questionou a candidata do PT sobre o
bloqueio do governo federal aos empréstimos do Estado. Três dos
empréstimos que chegaram a ser bloqueados pelo governo federal são com o
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), num valor total de US$
145,7 milhões (cerca de R$ 325 milhões); e um terceiro financiamento é
com o Credit Suisse, de US$ 557 milhões (R$ 1,2 bilhão). Na resposta,
Gleisi atacou a gestão tucana e disse que o dinheiro não poderia ser
liberado porque o governo está devendo e não cumpriu o mínimo de
investimentos em saúde exigido por lei. “Quem está com a ficha suja não
pode emprestar dinheiro. E com os governos funciona do mesmo jeito”,
disse Gleisi. Na réplica, Beto insistiu que o governo do Paraná é
perseguido pelo governo de Dilma Roussef, por ser governado por um
tucano e que a prova disso é que o Supremo Tribunal Federal acabou
liberando o dinheiro.
Na réplica, Beto ironizou o partido de Gleisi,
o PT, dizendo que os principais nomes do governo federal estão sendo
investigados e alguns presos, se referindo aos mensaleiros: “Nosso
governo tem dado exemplos de ética, diferente do governo federal,
principalmente corrupção”. Gleisi então respondeu com ataques: “Todas as
denúncias estão sendo investigadas. Mas nós não criamos secretarias
para sogras fantasmas trabalharem”. Ela ainda chamou o governador de de
“governante Kinder Ovo”: “Ele está sempre sendo surpreendido, seja com a
rebelião de Cascavel, com o anúncio do aumento de luz”.
Requião
ainda alfinetou Beto Richa sugerindo que ele acorda tarde e se preocupa
demais com o marketing. Richa não deixou por menos: “Requião é o senador
turista, o que mais viaja. Na granja Canguiri, ele cavalgava todos os
dias. Está sendo investigado o uso de dinheiro público para sustentar os
seus cavalos”.
Túlio x Gleisi —O candidato do PTC, Túlio, lembrou o
caso do ex-assessor da Casa Civil e ex-prefeito de Realeza, Eduardo
Gaieviski, acusado de 40 crimes sexuais, sendo 26 de pedofilia, dizendo
que ela o teria abrigado no gabinete. Gleisi não só se defendeu dizendo
que não sabia dos crimes de Gaiviski, como atacou Túlio. “Engraçado o
senhor falar isso. Já foi preso e tem mais 20 inquéritos policiais nas
costas e acha que pode governar o Paraná. Eu e meu marido (ministro das
Comunicações Paulo Bernardo) não temos nada contra nós”.
Ironicamente,
em determinando ponto do debate, assim como candidato Ogier Buchi
(PRP), Requião reclamou da agressividade de todos os candidatos.”Essa
agressividade é encomenda de marqueteiro”, disse Requião.
bemparana.com.br/foto: Franklin de Freitas
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