Ozeano, Lindonjonson e Julbelânio são irmãos. Todos nasceram em Água Branca (PB), mas moram em Bauru (SP) há muitos anos. Na família, são 14 irmãos, as mulheres têm nomes mais comuns, mas quando nasciam os homens, a mãe caprichava na escolha que é sempre um desafio para os pais.
A dificuldade e a responsabilidade de escolher o nome que vai identificar os filhos pelo resto da vida são grandes e os pais têm como auxílio nessa difícil tarefa os livros e revistas de nomes, comuns nas livrarias e bancas. "São muitas as mães que procuram esses livros, normalmente no começo da gravidez quando elas ainda nem sabem o sexo do bebê, é bastante comum", conta Andreza da Silva.
Apesar da quantidade de página nesses livros, na maioria das vezes os nomes escolhidos continuam sendo os mais comuns. Segundo um levantamento feito pela associação dos registradores de pessoas naturais em São Paulo, em todos os 836 cartórios de registro civil do Estado, os nomes mais escolhidos nos últimos anos são Maria, Ana e João. Em 2013, o nome mais registrado foi Davi, o mesmo do filho do atacante Neymar, do Barcelona.
Mas, com certeza não foi nos livros que a mãe dos rapazes de Bauru encontrou os nomes tão diferentes, mas pessoas famosas tiveram influência em alguns deles. Lindonjonson diz que seu nome foi em homenagem ao ex-presidente dos EUA Lyndon Baines Johnson, mas com a grafia um pouco diferente.
"Eu só deixei de soletrar o meu nome uma vez quando falei para uma criança como eu chamava e ela aceitou numa boa. Fora isso é três, quatro vezes repetindo toda vez que perguntam, dá até raiva", brinca. Já os outros acabam tentando arrumar significados, como o Julbelânio, que diz que a mãe previu a Copa da África e o nome da bola usada, a famosa Jabulani. Tem ainda o Edriano e o Clelço.
Como a mãe já faleceu, os irmãos tiveram que perguntar ao pai o porquê dos nomes. "Ele não sabia de onde vinham os nomes, disse que ela inventava. Nossa mãe inventou esses nomes diferentes", conta Ozeano. A família pode não ter nomes muito comuns, mas tratam do assunto com muito bom humor e prometeram que não vão deixar o legado aos filhos.
Futebol e televisão
Quem também não passou o legado de nomes criativos e diferentes para os filhos foi o casal Cléverson Teodoro da Silva e Mariellen Concurto. Ele recebeu o nome por causa de um jogador de futebol. "Na época meu pai disse que tinha um jogador do Santos que chamava Cléverson e meu pai resolver dar esse nome já que a família toda é santista", conta.
Já Mariellen foi inspirado na série de televisão. "Na época tinha uma série que os personagens terminavam falando 'Boa Noite, Mariellen' e minha mãe achava bonito", completa. Juntos, (foto 2), eles tiveram um filho e, diferente dos avós criativos, para o menino escolheram um nome bem comum. “Eu quis um nome simples e forte, Pedro, só Pedro”, brincou a mãe.
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