Gato, cachorro ou papagaio. Os animais de estimação convencionais não agradam tanto a aposentada Maria de Lurdes Alves, de 64 anos. O motivo é o amor que cultiva pela porca Nina, de aproximadamente 80 quilos, que transita livremente dentro da residência da mulher em Rio Branco, capital do Acre.
A família não tem certeza da raça do animal, mas a dona garante que é muito difícil encontrar outros porcos como Nina. O nome, de acordo com a dona, faz referência à doçura do bicho. “Eu achei que o nome ‘Nina’ era doce e que combinava com ela, pelo que ela é. E coloquei”, explica.
Nina está na família desde março de 2013 e chegou bem pequena. A justificativa para atingir o alto peso em menos de um ano está na alimentação. Maria enumera o cardápio. “Milho, mandioca, verduras de folhas e restos de comida, a gente almoça e tira o dela”, diz. E as refeições, segundo a dona, ocorrem durante todo o dia.
No início, o plano era específico e até tradicional: engordá-la para que cinco meses depois pudesse ser servida como prato principal em um almoço de aniversário. Mas o apego falou mais alto e faltou coragem na hora de abater a porca, como conta a filha de Maria, a zootecnista Daiana Alves.
“A porca começou a ficar dentro de casa, a brincar. A minha mãe foi se apegando. Quando chegou o aniversário do meu irmão, ninguém teve coragem de matar. Então deixamos para o Natal. A Nina começou a tomar banho, já tinha lençol para ela. Chegou o Natal e ninguém matou a porca”, lembra Daiana.
Atualmente, Nina já é considerada membro da família. Maria conta que quando precisa viajar e ficar longe do animal de estimação a saudade é muito grande. “Eu fui passar uns dias no interior e de noite eu sonhei com essa porca. Para ver como a gente se apega. Ela é uma companheira para mim. É a princesa da casa”, afirma.
Quem associa o porco à sujeira realmente não conhece Nina. A preocupação da família com a limpeza do animal é grande. Por isso, Nina toma banho duas vezes por dia. E é por isso que toda a vizinhança conhece e mantêm uma relação de carinho com o bicho.
“Todo mundo aqui conhece essa porca. Eu ando por todo canto com ela e todo mundo gosta. Quando eu saio, as pessoas falam com ela e as crianças correm para pegar. Ela é muito engraçada, só quer estar com a gente. É muito querida”, diz Maria.
O cuidado com a saúde de Nina é acompanhado por Daiana, filha de Maria, que se formou em zootecnia. Daiana garante que todos os cuidados são tomados para preservar tanto a saúde da porca quanto das pessoas.
“Essa porca toma vermífugo e vitaminas. Todos os cuidados recomendados pelo veterinário a gente realiza. Ela não anda em ambiente sujo, por isso é mais difícil dela se contaminar. E também ela não tem contato com outros animais, que talvez seja um transmissor de doenças”, explica.
A única coisa que falta para Nina, segundo a zootecnista, é um companheiro. A procura não está fácil. “O problema da Nina é o namorado que ela não tem. Temos que fazer uma campanha para conseguir o namorado da Nina”, brinca.
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