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outubro 01, 2013

Troca-troca partidário ameaça tirar um terço da bancada do PDT



Uma das oito maiores forças políticas da Câmara dos Deputados, o PDT deve ser o partido mais prejudicado pelo troca-troca partidário provocado pela criação, na última semana, de duas novas legendas: o Solidariedade e o PROS. Segundo cálculos da própria sigla, sete dos 26 deputados federais pedetistas devem migrar para as duas novas agremiações políticas do país.
Se confirmadas as previsões do PDT, seis de seus parlamentares na Câmara devem se transferir para o Solidariedade, partido recém-criado pelo deputado Paulo Pereira da Silva (SP), ex-integrante da legenda. Presidente da Força Sindical, Paulinho deve atrair para sua sigla parte significativa do diretório paulista do PDT. Já o PROS deve ser o destino de ao menos um deputado federal pedetista: Salvador Zimbaldi (SP).
A defecção pedetista pode ser ainda maior se a Justiça Eleitoral autorizar a criação da Rede Sustentabilidade, sigla da ex-senadora Marina Silva. Os deputados Miro Teixeira (PDT-RJ) e Reguffe (PDT-DF) estão de mala prontas para desembarcar na legenda de Marina caso os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) autorizem o registro da agremiação antes do dia 5, data-limite para transferências partidárias a tempo de disputar as eleições de 2014.
Presidente nacional do PDT, o ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi reclamou da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que, em 2012, assegurou maior tempo na propaganda eleitoral de rádio e TV às legendas neófitas, proporcional a suas bancadas federais. Na visão de Lupi, os ministros da Suprema Corte oficializaram a "traição" partidária.
"É a traição oficializada. Se você trair com um velho amor, não pode, agora, se for com um novo, pode. É o que está acontecendo. Todos os partidos novos podem trair", ironizou.
Para o líder da bancada do PDT na Câmara, André Figueiredo (CE), não há mais o que fazer para evitar a saída dos deputados pedetistas. Ele disse que conversou individualmente com cada um dos parlamentares da legenda, porém, admite que não conseguiu dissuadir parte dos colegas de trocar as fileiras pedetistas por outras agremiações.
"O que tínhamos que fazer, já fizemos. Mas existem males que podem vir para o bem. Mesmo menos encorpados numericamente, podemos nos tornar mais encorpados qualitativamente. Vamos esperar até a próxima semana para ter um panorama completo de como vão ficar as bancadas", ponderou Figueiredo.
Apesar de o PDT ser o provável azarão no troca-troca da Câmara, no Senado não há sinalização de baixas. Até o momento, nenhum dos cinco senadores pedetistas demonstrou interesse em deixar a sigla.

(G1)

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