Após passar todas as capitais brasileiras em cima de uma bicicleta, o amazonense Valdeni Pinheiro, de 35 anos, vai, pela terceira vez, se aventurar pelas estradas do Brasil. Dessa vez a pé. A meta do peregrino é visitar as 26 capitais estaduais e o Distrito Federal em menos de um ano. Calçando chinelos e carregando um carrinho com algumas roupas e acessórios básicos para a viagem, Valdeni deixou a capital amazonense na terça-feira (22/10) para traçar o percurso de aproximadamente 15.500km. O início da viagem é na capital amazonense e vai até Porto Alegre.
A primeira meta de Valdeni é visitar 17 capitais em oito meses e 16 dias. O tempo de percurso poderá render a ele o recorde, que atualmente pertence a um paraense. A viagem inicia em Manaus segue por Boa Vista, Macapá, Rio Branco, Porto Velho, Cuiabá, Campo Grande, Goiânia, Brasília, Palmas, Belém, São Luis, Teresina, Fortaleza, Natal, João Pessoa e Recife. Completadas as 17 primeiras capitais, o amazonense segue em direção a Maceió. Aracaju, Salvador, Vitória, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Florianópolis são as últimas cidades da rota, antes da chegada a Porto Alegre.
"É ponto de honra conseguir visitar as 17 capitais nesse período de oito meses e 16 dias. Depois disso, ficarei mais tranquilo para seguir o resto da viagem e finalizar o país todo antes de completar um ano pelas estradas. Para atingir essa meta, imagino que uma média de 42 km por dia devem ser o ideal", planejou Valdeni Pinheiro.
Nascido em Humaitá, a 675 km de Manaus, o peregrino já fez a mesma viagem outras duas vezes. A companhia, porém, era uma bicicleta. Desta vez, em busca de outro recorde, a companhia do amazonense é apenas um carrinho de duas rodas. Dentro dele, documentos, álbuns de fotos, algumas roupas – nenhuma própria para o frio – e material fotográfico para registrar a aventura.
Não por vaidade, ele conta que registra fotos em todas as capitais para comprovar a visita. Uma ata de registro também o acompanha. Antes de deixar Manaus, ele registrou em um cartório a partida e carregará o documento por todos os Estados, onde receberá um carimbo de comprovação da visita. Cartões de visita também são colecionados, tudo para que não haja contestações quanto à veracidade da viagem.
Valdeni é taxativo quando questionado sobre a maior dificuldade que enfrentará. "A falta de apoio financeiro". Ele lembra que, após tentativas em vão de encontrar um patrocinador, abriu mão de percorrer o Brasil com tênis. Apenas um chinelo, comprado na manhã antes do início da viagem, o acompanhará. Com pouco dinheiro, ele estipula gastar no máximo, R$ 25 por dia – com alimentação e hospedagem.
"É muito difícil conseguir apoio, tem gente que acaba desistindo. É o maior desafio. Eu, por exemplo, como não recebi o apoio para comprar o tênis, decidi que vou de chinelo mesmo. O que tranquiliza é saber que as pessoas me recebem muito bem. Tem gente que oferece até a própria cama. Saber que encontrarei pessoas boas pelo caminho é uma segurança. Sei também que passarei alguns sufocos, um dia ou outro vou ter que dormir no meio do mato, mas isso faz parte da aventura", concluiu.
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