Uma flor cor-de-rosa vibrante, da espécie Chamerion angustifolium, costuma crescer em regiões de florestas ao sul do Ártico que foram queimadas anteriormente. A planta, conhecida nos EUA como fireweed, é nativa do Hemisfério Norte e pode se tornar cada vez mais comum, com o aumento da frequência de incêndios nas áreas abaixo do Polo Norte.
Essa é a previsão de um novo estudo feito pelas universidades de Illinois, Idaho, Minnesota e Washington. Os resultados foram publicados na revista "Proceedings of the National Academy of Sciences" (PNAS), na segunda-feira (22/07).
Segundo os autores, liderados por Ryan Kelly e Feng Sheng Hu, as queimadas nas florestas subárticas têm sido as maiores desde o estabelecimento da vegetação moderna nesses locais, há 3 mil anos.
Os cientistas usaram registros de carvão vegetal e pólen da região de Yukon Flats, no Alasca, para documentar os incêndios florestais ocorridos nos últimos 10 mil anos. Essa área úmida de baixa altitude, florestas e pântanos fica na confluência dos rios Yukon, Porcupine e Chandalar, no centro do estado americano.
Entre 6 mil e 3 mil anos atrás, a frequência de incêndios e áreas atingidas aumentou, e esse período coincidiu com a expansão de uma árvore conífera da espécie Picea mariana, considerada altamente inflamável. Depois disso, de mil a 500 anos atrás, predominou um clima quente e seco, semelhante ao visto nas últimas décadas.
Foi nessa época que incêndios graves promoveram uma abundância de espécies de plantas resistentes ao fogo, que limitaram o potencial das chamas.
O recente aumento dos incêndios florestais também tem convertido grande parte da paisagem de Yukon Flats em um mosaico de vegetação de menor inflamabilidade. A alta frequência de queimadas dos últimos anos, porém, pode sinalizar a transição para um regime de atividade de fogo sem precedentes no local, sugerem os autores.
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