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julho 28, 2013

O inexplicável carisma de Francisco


O papa Francisco termina hoje, (28/07), no Brasil, a sua primeira viagem internacional como chefe supremo da Igreja Católica. Às 18h30, ele volta para o Vaticano depois de deixar um rastro de esperança e admiração. Nem mesmo as confusões de infraestrutura e segurança da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2013 ou a mensagem exigente de Francisco, coerente com a ortodoxia católica, diminuíram o entusiasmo dos peregrinos que lotaram as ruas e os atos de culto para ver, nem que fosse por poucos instantes, o homem de branco.
Não é fácil explicar esse sucesso. Quem caminhou pelas ruas da praia de Copacabana, entre os mais de 3 milhões de peregrinos que passaram horas embaixo de chuva para conseguir um bom lugar e assim poder ver de perto o papamóvel, pôde presenciar a comoção geral do público. Choro, gritos de alegria, empurrões nos outros com as mãos estendidas na tentativa de tocar o papa, nem que fosse apenas na batina. Nada mau para um homem de 76 anos.
“Na verdade, é difícil explicar por que ele atrai tanto. O que sei é que nunca me senti tão feliz e disposta a mudar”, expressou a estudante goiana Dalcilene Lopes Lima, de 16 anos. “É como se eu tivesse a oportunidade de recomeçar e deixar para trás os erros do passado”, disse, em lágrimas, a professora venezuelana Andrea de Freitas, de 20 anos, logo após ver o papa.
“Um de nós”
O sorriso espontâneo e o caminhar à vontade pelo povo, especialmente entre os mais pobres, como foi o caso da visita à favela da Varginha, no Rio de Janeiro, surpreendeu e fez desaparecer qualquer distância protocolar. Enquanto os agentes de segurança transpareciam a preocupação de transitar com o pontífice pelas zonas de perigo na multidão, Francisco subia e descia do papamóvel com tranquilidade, para beijar uma criança ou fazer uma foto com um favelado. “Ele é uma pessoa do povo, é um de nós, está feliz conosco”, exultou Maria da Conceição Luiz, de 28 anos, moradora de Varginha.
As constantes alusões aos problemas sociais e a questões dolorosas, como a lembrança do incêndio na Boate Kiss durante a Via Sacra de sexta-feira, convenceu a muitos do seu real interesse e envolvimento pelos dramas humanos. “Foi assim que ele conquistou a Argentina, ao visitar favelas e zonas de risco, desde quando era um mero jesuíta”, comentou a jornalista argentina Laura Cerezo, da Rádio Cadena 3.
A linguagem simples, com expressões comuns, do homem da rua, como “colocar mais água no feijão” ou “boto fé nos jovens”, contribuíram ainda mais para tocar o coração dos fiéis. “O papa tem uma alma jovem. Mais do que falar só com termos doutrinais ele convida, com palavras do nosso cotidiano, a ter uma vida com Deus compatível com a atualidade, sem deixar o essencial da fé; estou convencida”, disse a estudante paulista Natália Finazzi, de 18 anos.

(GP)

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