Sob risco de deixar o governo, o ministro Nelson Jobim (Defesa) negou na tarde desta quinta-feira, (04/08), que tenha se referido de forma pejorativa ao trabalho das ministras Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil).
Após constranger o governo declarando ter votado em José Serra nas eleições de 2010, o peemedebista afirmou à revista "Piauí" que Ideli "é muito fraquinha" e que a chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, "sequer conhece Brasília". A presidente Dilma Rousseff espera que o ministro antecipe-se e peça demissão do cargo.
"Isso faz parte do jogo da intriga, da tentativa de desestabilizações. Ou seja, daquilo que passa pela cabeça de quem não percebe as necessidades do país", afirmou Jobim após cerimônia de assinatura de acordo entre Brasil e Colômbia para aumento da fiscalização na fronteira entre os dois países.
De acordo com o ministro, suas declarações se referiam exclusivamente à discussão sobre a Lei de Acesso à Informações, em discussão no Senado, e foram tiradas do contexto.
Segundo reportagem da revista "Piauí", cujos trechos foram antecipados pela colunista Mônica Bergamo da Folha, Jobim afirmou que a Ideli "é muito fraquinha" e que Gleisi "sequer conhece Brasília". A edição da revista começa a circular amanhã.
"Absolutamente [fez as críticas]. O que nós comentávamos, o que nós nos referíamos, era o projeto de lei sobre informações sigilosas. Em momento nenhum fiz referências dessa natureza. Aliás, reconheço em Ideli a capacidade e uma tenacidade importantíssimas na condução dos assuntos do governo", afirmou Jobim, também negando ter dito que o governo faz trapalhada.
O vice-presidente Michel Temer, também presente à solenidade, defendeu o ministro, que integra o seu partido, o PMDB.
"O ministro Jobim declarou que o contexto era a lei de informações públicas. A ministra Ideli e a ministra Gleisi têm um apreço pelo ministro Jobim, que se apoia em incentivo e práticas de elogio", disse o vice-presidente, completando: "Não haverá problema de nenhuma natureza. Reitero que o ministro Jobim não fez referência à pessoa ou à atuação da ministra A ou B, só em relação à aprovação do projeto de lei".
O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça), outro dos que foram a Tabatinga, comentou os rumores de que poderia substituir Jobim. "Há muita especulação. Meu trabalho é muito integrado ao do ministro Jobim. Qualquer coisa que se diga nesse momento é absolutamente especulação".
Jobim ainda tem previsão de visitar um batalhão de fronteira, durante a tarde, na fronteira com a Colômbia.
(folha.com)
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