O poema abaixo fez grande sucesso há dez
anos. No início, atribuiu-se sua autoria a Jorge Luis Borges; logo
depois, apareceram vários críticos afirmando que não se tratava de um
texto do escritor argentino. Até hoje, não se sabe direito quem escreveu
(a versão que eu tenho, fala de um tal “Irmão Jeremiah”):
“Se eu pudesse recomeçar minha vida, tentaria cometer muito mais erros”.
“Ia relaxar. Dizer bobagens. Tentar mostrar-me mais louco. Levar as coisas menos a sério”.
“Escalaria
montanhas, nadaria rios que não conheço, dedicaria mais tempo a olhar o
pôr-do-sol. Procuraria andar e olhar mais as coisas que me cercam, ia
me entupir de sorvetes e fazer menos dieta. Só daria importância aos
meus problemas reais, e me esqueceria dos imaginários”.
“Eu
sempre fui aquele tipo de gente que prestava atenção nos sinais, e
cuidava da saúde hora após hora, dia após dia. Saía de casa com um
guarda-chuva, não viajava sem termômetro, aspirina, casaco, bloco de
notas”.
“Se eu pudesse recomeçar minha vida, faria coisas que meus netos comentariam – rindo – com seus colegas de escola”.
“Então, eu lhes daria assunto e alegria, ao invés de procurar inspirar respeito”.
“Se eu pudesse recomeçar minha vida, tentaria cometer muito mais erros”.
Paulo Coelho
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