O corpo de Dom Tomás Balduíno, bispo emérito da cidade de Goiás, foi
enterrado às 12h30 desta segunda-feira, (05/05), no interior da catedral Nossa
Senhora de Santana.
Foi em Goiás, cidade que é patrimônio histórico nacional,
situada a 140 quilômetros de Goiânia, que d. Tomás marcou sua atuação em
defesa da reforma agrária, se tornando referência na região, hoje uma
das maiores concentrações de assentamentos rurais de Goiás e que foi
palco de intensos conflitos agrários na década de 1980. Também de lá ele
partia para as aldeias indígenas pilotando seu avião para levar ajuda,
orações ou simplesmente conviver com índios da Amazônia e de outras
regiões.
A presidente Dilma Rousseff lamentou a morte do religioso. "Em
nome do governo brasileiro, rendo, nessa hora de dor, minhas homenagens à
vida de d. Tomás", a quem, em nota divulgada no sábado, 3, ela chamou
de persistente, "incansável lutador pelas causas sociais". Dilma enviou
ao velório o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto
Carvalho.
No domingo, 4, o governador de Goiás, Marconi Perillo, decretou
luto oficial de três dias pela morte do religioso, destacando o
reconhecimento e o respeito internacional ao trabalho e ao pensamento do
bispo. O vice-governador, José Eliton, que é de Posse, onde nasceu d.
Tomás Balduíno, disse que a cidade perdeu seu filho mais ilustre.
O religioso morreu em Goiânia, na noite de sexta-feira, aos 91
anos de idade, após agravamento das doenças que tinha, câncer de
próstata e problemas cardíacos, que o obrigavam a usar um marca-passo há
vários anos. Ele teria sofrido uma tromboembolia pulmonar após dias de
internação.
Premiado por várias organizações nacionais e internacionais, d.
Tomás foi fundador da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e do Conselho
Indigenista Missionário (Cimi), organizações que divulgaram notas de
pesar pela morte.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), durante a
52ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, no sábado, também se
manifestou: "Este nosso irmão dedicou sua vida e ministério ao serviço
do povo de Deus e à defesa dos direitos humanos, especialmente à causa
dos pequenos agricultores e povos indígenas. Inspirado por seu lema
episcopal "Homines capiens" (Pescador de homens), aprendeu a língua dos
índios Xicrin, do grupo Bacajá, e Kayapó e também se tornou piloto de
avião para melhor atender as comunidades indígenas". Houve missa em
intenção a d. Tomás Balduíno durante a assembleia, no Santuário Nacional
de Aparecida (SP).
De Goiânia, o corpo seguiu em cortejo no domingo até Goiás, onde
a prefeita Selma Bastos decretou luto oficial e ponto facultativo
durante na manhã desta segunda, 5. Na Catedral de Nossa Senhora de
Santana houve o sepultamento após emocionante cerimônia religiosa. No
velório e enterro do bispo, a presença de autoridades, trabalhadores
rurais sem-terra, religiosos e indígenas apontou para o ecletismo de d.
Tomás.




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