A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou ontem (24/06), um reajuste
médio de 35,05% nas tarifas da Companhia Paranaense de Energia (Copel).
Apesar de a própria Copel ter pedido um reajuste de 32,4% à agência, no
final de maio, o governador Beto Richa (PSDB) solicitou ontem ao
Conselho de Administração da companhia que peça efeito suspensivo do
aumento à agência. O pedido foi aprovado e enviado à Aneel. O reajuste
deveria vigorar a partir de ontem.
A Copel informou que vai manter as tarifas atuais até que a
agência se pronuncie sobre o efeito suspensivo. Nas redes sociais, Beto,
que está em pré-campanha pela reeleição, mostrou-se "surpreso" com a
decisão da Aneel.
Para o consumidor residencial, o aumento autorizado pela Aneel
foi de 33,49%. Para a alta tensão (consumidores industriais), o reajuste
foi de 37,35%. A expectativa do presidente da Copel, Lindolfo Zimmer, é
de que a decisão final do índice a ser aplicado nas contas de luz seja
divulgada em até dez dias. No entanto, não arriscou dizer de quanto será
o índice de reajuste.
"Esta conta (reajuste) é definida pelas regras do setor de
energia", afirmou. Segundo ele, pesou muito o custo com uso das
termelétricas em função do baixo nível dos reservatórios das usinas
hidrelétricas e a falta de investimentos do governo federal no setor.
Ele calcula que o custo de operação e manutenção da Copel é de apenas
1,6%.
O governador também informou ao Conselho de Administração da
Copel que, caso seja necessário, a holding da Copel pode fazer um aporte
de recursos à Copel Distribuição, que teve um prejuízo de R$ 14 milhões
no primeiro trimestre de 2014. No mesmo período do ano passado, o
prejuízo tinha sido de R$ 65 milhões. Já o balanço total da companhia,
também do primeiro trimestre, apontou um lucro líquido de R$ 583 milhões
contra R$ 398 milhões no mesmo período de 2013 (+ 46,3%).
Segundo informações da Aneel, os principais itens que pesaram na
conta foram os custos que a Copel teve com a compra de energia, a
necessidade de contratar energia nos leilões para suplementação por meio
de contratos de energia por disponibilidade e por quantidade, além da
variação da tarifa de Itaipu.
De acordo com a planilha de custos enviada pela Copel à Aneel,
chamada de Índice de Reajuste Tarifário Pleiteado (IRT), o aumento
solicitado de 32,45% é composto por 19,1% da parcela A (encargos
setoriais, custos com transmissão de energia e contratos já assinados de
compra de energia que vão impactar no futuro), 11,8% de componentes
financeiros formados por energia já comprada e pelo restante do reajuste
de 4,94% que não foi aplicado na integralidade no ano passado.
No pleito da Copel deste ano entrou também o restante do
reajuste de 2013 que o governo do Estado decidiu não aplicar. No ano
passado, a Aneel autorizou um reajuste médio de 14% para a Copel, mas o
governador decidiu aplicar 9,55%, na média.
O mercado financeiro não recebeu bem a notícia do pedido de
efeito suspensivo. As ações preferenciais da companhia tiveram queda de
0,24%. Segundo o vice-presidente da Federação das Indústrias do Paraná
(Fiep), Aurélio Santana, os setores mais afetados pelo reajuste serão
metalúrgico, têxtil e moveleiro, com alta da participação da energia
nos custos do setor industrial de 0,54 ponto percentual.
folhaweb.com.br
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