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junho 25, 2014

Governo recua e pede suspensão do reajuste de energia elétrica



A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou ontem (24/06), um reajuste médio de 35,05% nas tarifas da Companhia Paranaense de Energia (Copel). Apesar de a própria Copel ter pedido um reajuste de 32,4% à agência, no final de maio, o governador Beto Richa (PSDB) solicitou ontem ao Conselho de Administração da companhia que peça efeito suspensivo do aumento à agência. O pedido foi aprovado e enviado à Aneel. O reajuste deveria vigorar a partir de ontem. 
A Copel informou que vai manter as tarifas atuais até que a agência se pronuncie sobre o efeito suspensivo. Nas redes sociais, Beto, que está em pré-campanha pela reeleição, mostrou-se "surpreso" com a decisão da Aneel. 
Para o consumidor residencial, o aumento autorizado pela Aneel foi de 33,49%. Para a alta tensão (consumidores industriais), o reajuste foi de 37,35%. A expectativa do presidente da Copel, Lindolfo Zimmer, é de que a decisão final do índice a ser aplicado nas contas de luz seja divulgada em até dez dias. No entanto, não arriscou dizer de quanto será o índice de reajuste. 
"Esta conta (reajuste) é definida pelas regras do setor de energia", afirmou. Segundo ele, pesou muito o custo com uso das termelétricas em função do baixo nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas e a falta de investimentos do governo federal no setor. Ele calcula que o custo de operação e manutenção da Copel é de apenas 1,6%. 
O governador também informou ao Conselho de Administração da Copel que, caso seja necessário, a holding da Copel pode fazer um aporte de recursos à Copel Distribuição, que teve um prejuízo de R$ 14 milhões no primeiro trimestre de 2014. No mesmo período do ano passado, o prejuízo tinha sido de R$ 65 milhões. Já o balanço total da companhia, também do primeiro trimestre, apontou um lucro líquido de R$ 583 milhões contra R$ 398 milhões no mesmo período de 2013 (+ 46,3%). 
Segundo informações da Aneel, os principais itens que pesaram na conta foram os custos que a Copel teve com a compra de energia, a necessidade de contratar energia nos leilões para suplementação por meio de contratos de energia por disponibilidade e por quantidade, além da variação da tarifa de Itaipu. 
De acordo com a planilha de custos enviada pela Copel à Aneel, chamada de Índice de Reajuste Tarifário Pleiteado (IRT), o aumento solicitado de 32,45% é composto por 19,1% da parcela A (encargos setoriais, custos com transmissão de energia e contratos já assinados de compra de energia que vão impactar no futuro), 11,8% de componentes financeiros formados por energia já comprada e pelo restante do reajuste de 4,94% que não foi aplicado na integralidade no ano passado. 
No pleito da Copel deste ano entrou também o restante do reajuste de 2013 que o governo do Estado decidiu não aplicar. No ano passado, a Aneel autorizou um reajuste médio de 14% para a Copel, mas o governador decidiu aplicar 9,55%, na média. 
O mercado financeiro não recebeu bem a notícia do pedido de efeito suspensivo. As ações preferenciais da companhia tiveram queda de 0,24%. Segundo o vice-presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Aurélio Santana, os setores mais afetados pelo reajuste serão metalúrgico, têxtil e moveleiro, com alta da participação da energia nos custos do setor industrial de 0,54 ponto percentual.

folhaweb.com.br  

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