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junho 03, 2014

4,2 mil Km de bicicleta - Aventura, resistência e simplicidade



Ter na bagagem 4,2 mil quilômetros percorridos de bicicleta não é para qualquer um. Afinal de contas, é preciso largar o emprego, deixar todas as mordomias de lado, seguir uma rotina de alongamento e alimentação rigorosa e ainda estar preparado para qualquer imprevisto. Talvez esse não seja o cronograma para todos aqueles que decidem se aventurar sobre duas rodas, mas para dois amigos bem intencionados, é dessa forma que eles seguem viajando de Santiago, no Chile, até o Rio de Janeiro. 
Francisco Alonso Pulgar Orrego, de 27 anos, é bibliotecário e Ibar Simon, de 29, é cozinheiro. Ambos se conheceram em um circuito de bandas folclóricas, em 2010. Em pouco tempo, descobriram que a afinidade não se limitava à música, pois alimentam também o desejo de se aventurar por aí de bicicleta. 
"Quando o Chile se classificou para a Copa do Mundo, tivemos a ideia de vir para o Brasil. Pedimos demissão do emprego e saímos de Santiago no dia 11 de abril. Agora, precisamos chegar ao Rio de Janeiro até o dia 14 de junho", conta Ibar, que tem uma experiência prévia ao pedalar do Chile até a Patagônia, em 2012. Já Francisco Alonso se arrisca pelas estradas pela primeira vez. 
A dupla chegou em Londrina no domingo à noite e ontem, (02/06), após o almoço, retomou as pedaladas. Até aqui, os aventureiros já haviam deixado para trás três mil quilômetros, passando pela Cordilheira dos Andes, cidades da Argentina e do Uruguai até chegar na fronteira com o Brasil pelo município de São Miguel do Iguaçu. 
De todo o percurso até Londrina, eles só trocaram a "magrela" por duas horas e meia de navio. "Para chegar a San Luis, na Argentina, foi o trecho mais difícil até agora porque foram 30 quilômetros com inclinação e com muito vento", lembra Alonso. 
Com um mapa em mãos, a dupla já tem a rota traçada até a "Cidade Maravilhosa". Eles passarão por Cornélio Procópio, Ourinhos, pegarão a Rodovia Castelo Branco até São Paulo. Lá, ficarão na casa de um amigo e seguirão pela Via Dutra até o Rio de Janeiro, onde serão hospedados por uma amiga chilena. E se eles forem seguir os planos à risca, logo após a Copa deverão tomar o caminho de volta para casa. Mas até lá, ainda há muito chão pela frente. 
Final
Apesar dos viajantes carregarem a Copa como objetivo para se aventurar pelo Brasil, eles não vão assistir aos jogos. "Não compramos ingressos. Estamos fazendo mais pela aventura e também achamos que a Copa é uma ótima oportunidade de fazermos dinheiro e, quem sabe, podermos sair pedalando por mais destinos, como por exemplo, o Nordeste brasileiro", confessa Ibar, que durante o Mundial vai botar a mão na massa e vender empanadas. 
"Os chilenos estão vindo para o Brasil em massa. É um evento que todo mundo quer ver, estar presente", diz Alonso, que mesmo defendendo que a seleção chilena é bem competitiva, revela um palpite para a final: "Brasil contra Alemanha". 

Micaela Orikasa/folhaweb.com.br

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